A Assembleia Legislativa da Região aprovou por unanimidade uma iniciativa do PS/Açores para que, no âmbito da criação de um Plano Regional de Saúde Mental, sejam implementadas medidas objetivas na Região. “Com este Projeto de Resolução asseguramos que o Governo Regional vai intervir com ações concretas, principalmente numa altura em que, pelos efeitos da pandemia, se torna ainda mais premente atuar ao nível da saúde mental das nossas crianças e jovens”.
Célia Pereira, deputada do PS/Açores que apresentou em Plenário o Projeto de Resolução, referiu os alertas internacionais, nacionais e regionais relativamente aos “impactos e efeitos perniciosos da pandemia COVID-19 na saúde mental e no bem-estar das crianças e jovens”, como comprova o relatório publicado pela UNICEF em outubro passado. Alertas esses, diz a parlamentar, que exigem “de nós, de todos nós e de toda a sociedade, uma resposta concreta”.
A deputada do PS/Açores realçou, ainda, que “em situações de crise e pandemia, tende a verificar-se a ocorrência de um aumento da prevalência de algumas doenças mentais e o aumento da taxa de suicídio em alguns setores da população, pelo que importa atuar de forma célere e preventiva, dado que existe um grau de continuidade entre muitas perturbações da infância, e principalmente entre as da adolescência, e as da idade adulta”.
Apesar da falta de um estudo epidemiológico pós-pandemia, conforme foi confirmado pelas entidades auscultadas em sede de Comissão de Assuntos Sociais, Célia Pereira adianta que as estimativas apontam para que “10 a 20% das crianças tenham um ou mais problemas de Saúde Mental” e, acrescenta, segundo os representantes das Casas de Saúde de São Miguel e de São Rafael, “cerca de 50% das doenças mentais que se manifestam ao longo da vida têm o seu início na adolescência, e 70% delas antes dos 24 anos de idade”.
A proposta do Grupo Parlamentar do PS/Açores, que tem em consideração “as especificidades e particularidades de cada um dos concelhos das 9 ilhas dos Açores”, propõe “uma intervenção multinível e apresenta um conjunto de medidas para a promoção da saúde mental, como o recrutar das forças vivas da comunidade, envolvendo-as na resolução dos problemas com base em Fatores de Proteção e em Fatores de Risco previamente identificados”.
É também essencial, realça Célia Pereira, “investir na formação de agentes educativos para deteção de sinais de alerta de mau estar psicológico, e, investir nas escolas como base de trabalho de atitudes e competências mais do que comportamentos”.