No âmbito do debate sobre a petição “Contra a extinção da Direção de Serviços de Conservação da Natureza”, Mário Tomé manifestou a discordância do PS/Açores em relação às políticas deste Governo, que sendo o maior de sempre da história dos Açores “põe em causa a Coesão Regional”, cria “ilhas de primeira e ilhas de segunda” e opta por “destruir o que funciona bem, para substituir por algo que sabemos que vai funcionar igual ou pior”.
A Direção de Serviços de Conservação da Natureza, criado em 1998, ficou situada na freguesia da Piedade, na ilha do Pico, sendo “o primeiro serviço de âmbito regional sediado fora das três ex-capitais de distrito”, fora da “trilogia das ilhas do poder”, “contribuindo para fortalecer os laços da Coesão Regional”, recordou o deputado do PS/Açores.
Mário Tomé considera que “é difícil entender esta decisão e é difícil aceitar a posição deste Governo que, aos poucos, vai dando mostras que os seus princípios da Coesão Regional passam por retirar importância política e relevância a uma ilha, que tanto tem contribuído para o sucesso dos Açores, muito em particular nas áreas ambientais”.
Para o parlamentar, “esta é só mais uma das ações governativas que têm atingido a ilha do Pico, à semelhança daquela que resulta da extinção da Azorina, amplamente alertado pelo PS, e que culminou com o encerramento dos serviços de apoio, nomeadamente as lojas e bares, no passado dia 7 de janeiro, nos Centros Interpretativos e Ambientais”.
Mário Tomé lamenta que este tipo de medidas, “apressadas” e “sem qualquer sustentação”, fazem a Região “regredir, e muito, em ilhas com menor população, como a ilha do Pico e outras mais pequenas”. Principalmente, refere, “quando não existe qualquer poupança com a extinção deste Serviço, uma vez que são criadas três divisões de serviços, aumentando desta forma o custo monetário em mais 71 448 mil euros ano, para além de outro custo que não pode ser contabilizado, que é multiplicar a burocracia vezes três”.
O parlamentar lamenta também que esta ação governativa seja a mesma, que “procurou classificar e distinguir ilhas de primeira e ilhas de segunda”, como aconteceu com “o fim dos encaminhamentos gratuitos para passageiros não residentes e o fim do transporte marítimo de passageiros e viaturas para algumas ilhas”.
“São atropelos demais à Coesão Regional praticados pelo Governo que ficará para a história da autonomia como o maior e mais pesado de sempre”, acrescenta.
Mário Tomé discorda do “esvaziamento que este Governo está a praticar em algumas ilhas, contrariamente a tudo o que anunciaram quer em campanha eleitoral, quer já em discursos como governo dos Açores” e exorta a Governo “a governar, e governar bem, aproveitando a experiências dos serviços públicos regionais, com a legitimidade que têm de os adaptar, mas nunca de os destruir, de os esvaziar, de isolar ainda mais ilhas que já o são geograficamente”.
Mário Tomé fez questão de saudar a iniciativa dos de mais de 400 peticionários que, ao contrário do que se verificou na discussão com os ataques de algumas bancadas, “merecem o nosso maior respeito”, incluindo os que “muito que deram à causa pública”.