O projeto do Partido Socialista para o apoio às empresas, criação de emprego e melhoria salarial disponibiliza um conjunto de mecanismos necessários e eficazes que “urge” aproveitar nos Açores.
A afirmação é de Sérgio Ávila que reuniu esta terça-feira com a Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, ocasião em que as propostas do PS foram analisadas e debatidas.
Um dos principais vetores do programa é a redução fiscal para as empresas que invistam no combate às alterações climáticas, às que criem mais emprego e àquelas que melhorem os salários.
O encontro serviu também para fazer uma avaliação dos fundos disponibilizados pela República, no âmbito da COVID, às empresas açorianas. Neste capítulo, o candidato do PS pelos Açores regista “particular preocupação” pelo facto de as empresas açorianas terem sido “as únicas do país, por ação incorreta do Governo dos Açores”, a ficar fora dos apoios para a inovação empresarial, disponibilizados pelas Agendas Mobilizadoras. “A má condução do processo por parte do Governo Regional fez com que as empresas açorianas não tenham acesso a esses fundos”, sublinhou.
Por outro lado, “partilhámos a enorme preocupação” da Câmara do Comércio com a operacionalização do Fundo de Capitalização das Empresas, no valor de 125 milhões de euros, “disponibilizado à Região para minimizar os efeitos da COVID”. A Região transferiu para o Banco Português de Fomento a gestão desse processo. “Preocupa-nos a falta de celeridade, de esclarecimento e, particularmente, de adoção à realidade regional” que esta decisão implicou. “Poderá ser mais uma oportunidade perdida ou não aplicada em igualdade de circunstâncias a todas as nossas empresas” lamenta Sérgio Ávila.
Outro aspecto de preocupação comum é o facto de muitas das medidas de apoio anunciadas pela Região não terem chegado, efetivamente, às empresas - não chegou a aprovação de candidaturas, não chegou o apoio concreto, no âmbito dessas candidaturas, por parte do Governo Regional”.
“Estes factos são ainda mais preocupantes num momento em que o aumento dos custos das matérias primas, o aumento dos custos dos fatores de produção” levam a uma sobrecarga para as empresas que vai implicar “o crescimento da inflação, como já se verifica nos principais mercados internacionais – nos Estados Unidos já vai nos 7% e na Alemanha já ultrapassou os 5% -, o que poderá levar ao aumento das taxas de Juro”.
“Se conjugarmos estas realidades com a falta de disponibilização dos apoios às empresas açorianas, por parte do Governo Regional”, quer sejam os que foram disponibilizados pelo Governo da República e pela União Europeia, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, quer as medidas próprias criadas na Região, que não estão a chegar às empresas, “estamos perante uma série de dificuldades que exige um conjunto robusto de medidas eficazes e céleres” que “abranjam, em igualdade de circunstâncias, todas as empresas açorianas”, sublinhou Sérgio Ávila.