Mário Tomé salientou que o aumento da quota de Goraz para os Açores recentemente anunciado deve-se, na sua maior parte, à “boa gestão desta pescaria pelos pescadores Açorianos, que ao longo dos anos têm sabido associar a sustentabilidade dos recursos piscícolas à obtenção de mais rendimento disponível”.
O parlamentar socialista falava à margem da visita de uma comitiva do PS ao porto de pescas de Rabo de Peixe, no âmbito de um ciclo de visitas informais que os socialistas estão a realizar por todos os portos da Região.
Mário Tomé congratulou-se pelo facto de os pescadores Açorianos poderem contar com mais 66 toneladas de quota de Goraz disponível para 2022, mas explicou que “este reforço corresponde exatamente à proporção da quota não atingida nos Açores em 2020 e 2021”, algo que está previsto no Regulamento do Conselho Europeu n.º 847/96, de 6 de maio de 1996.
“No ano de 2020 estavam disponíveis 566 toneladas de quota, mas as capturas ficaram-se pelas 490 toneladas e, em 2021, foram disponibilizadas aos Açores 600 toneladas e só foram usadas cerca de 559 toneladas. Não se ter atingido a totalidade da quota do Goraz nos últimos dois anos é, muito provavelmente, o verdadeiro motivo para este reforço de 11%, que permitirá aos pescadores Açorianos capturar 666 toneladas neste ano de 2022”, explicou o socialista.
O parlamentar do PS realça que os pescadores Açorianos merecem um Governo Regional “mais proativo na gestão da quota do Goraz”, uma espécie de grande valor comercial e com impacto muito positivo no rendimento dos pescadores.
“Ao invés, assistimos a uma confrangedora falta de decisões, numa altura em que a quota trimestral foi ultrapassada. O Secretário Regional corre atrás do prejuízo e só agora vai à procura dos pescadores para tentar salvar a face perante o sector, tentando arranjar culpados que não ele próprio e criando cortinas de fumo”, frisou.
“O Secretário Regional do Mar e Pescas anda, claramente, à deriva. Num dia anuncia a paragem de pesca do Goraz, no outro diz aos armadores que a quota do Goraz será definida por trimestre, logo a seguir diz que afinal a quota será gerida por ilha, o que pode ser um problema para as ilhas mais pequenas, que não podem capturar tanto Goraz. Pelo meio, o histórico revela que as capturas têm ficado aquém das quotas disponibilizadas nos últimos anos, não se justificando qualquer paragem. Está à vista que este Governo em vez de resolver, atrapalha”, finalizou o deputado do GPPS, Mário Tomé.