“As práticas deste Governo Regional são um regresso ao passado. Pelos vícios velhos que revela, aquilo a que assistimos é, simplesmente, ao retomar e à continuação do velho ciclo político interrompido em 1996” - Vasco Cordeiro

PS Açores - 19 de março, 2022

O Presidente do PS/Açores afirmou, esta sexta-feira, que após as eleições regionais de 2020 a Região assistiu à continuação de um ciclo que se interrompeu em 1996. Para Vasco Cordeiro, que intervinha na Comissão de ilha do PS/São Miguel, estamos a assistir ao mesmo conjunto de “práticas, vícios e dificuldades”, sendo que “a falta de sentido estratégico para a Região, nos leva num regresso ao passado”.

“Este Governo é uma cópia de má qualidade daquele que cessou funções em 1996, no tempo das maiorias absolutas do PSD”, afirmou o líder socialista, para evidenciar a sua preocupação com a crescente degradação, que temos vindo a assistir, das instituições regionais, referindo, desde logo, o caso da exoneração do diretor regional da Cultura, que acabou por descredibilizar “o próprio, a coligação, a Secretária Regional da tutela e o Presidente do Governo”.

Mas, para Vasco Cordeiro, é ainda exemplo desta degradação “o forçar da discussão e do debate de diplomas mal preparados”, sendo que o mais recente exemplo aconteceu ainda durante o último plenário, com a discussão do sistema de incentivos para a aquisição de painéis fotovoltaicos – SOLENERGE, “em que o Governo se confirmou incompetente para discutir uma medida deste tipo e apenas queria valer-se da sua maioria”.

Na ocasião, e salientando ainda o completo desrespeito por aquilo que estabelece o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, no que se refere às visitas estatutárias, o socialista manifestou ter sido o ano de 2021 “o primeiro em que o Governo não visitou, por exemplo, a ilha do Corvo”.

Em matéria de degradação, Vasco Cordeiro referiu, também, os recorrentes casos de instabilidade a que se assiste dentro da própria coligação e a recente situação ocorrida na Portos dos Açores, com o comandante Lizuarte Machado, para manifestar que o que não falta na administração pública são exemplos “de ameaças veladas e de constrangimentos a funcionários”.

Mas Vasco Cordeiro manifestou ainda a sua preocupação quanto a um conjunto de aspetos centrais ao futuro da Região, que considera estarem a ser decididos “sem qualquer ponderação, reflexão ou sentido estratégico”, sendo disso exemplo a anteproposta do Programa Operacional Açores 2030.

“Tivemos um simulacro de diálogo promovido pelo Governo e, a maior prova de que foi um simulacro é que vinte minutos depois do último partido ter sido ouvido, já havia uma versão escrita da anteproposta, colocada para consulta pública”, referiu o socialista, para destacar a ausência completa de estratégia.

Para Vasco Cordeiro “este PO é uma cópia, mais uma vez de má qualidade, daquilo que foi feito no anterior Programa Operacional, mas também daquilo que são as opções da União Europeia ou das opções definidas a nível nacional”, sendo que este Governo não entende que a realidade atual implica desafios diferentes e, por isso, exige respostas diferentes.

“Este PO prefere manter o status quo, do que fazer as transformações que são necessárias neste momento da nossa vida”, referiu o socialista.

“Temos cinco partidos, todos eles, responsáveis pela situação que temos”, considerou o socialista, para assegurar que da parte do Partido Socialista este se deve manter como referencial de “tranquilidade, de coesão e de sentido institucional”.