O Grupo Parlamentar do PS questionou o Governo Regional sobre o motivo pelo qual não se encontra definido no Serviço Regional de Saúde “um mecanismo de referenciação e de consulta para utentes com Síndrome Pós-COVID, que abranja toda a população residente no arquipélago?”.
O Requerimento foi entregue no Parlamento Regional, sendo subscrito pelos deputados Tiago Lopes, Ana Luísa Luís, Rodolfo Franca, Célia Pereira e Maria Isabel Teixeira.
Ana Luísa Luís explica que o chamado “Síndrome Pós-COVID” já foi clinicamente reconhecido pela Organização Mundial de Saúde, correspondendo a “situações em que os pacientes que testam negativo após a infeção, continuam a apresentar uma série de sintomas durante um longo período de tempo, tornando-se crónicos em alguns casos”.
A deputada do PS lembrou que os hospitais do continente já “criaram uma referenciação e consulta específica para dar resposta a estes utentes”, algo que foi “de certa forma descartado pelo Secretário Regional da Saúde, Clélio Meneses”, quando afirmou publicamente que no Serviço Regional de Saúde, ao contrário do território continental, não existe uma consulta específica, porque a resposta é dada através dos cuidados primários e hospitalares”.
Contudo, prosseguiu, “o que verificámos apenas poucos dias mais tarde, foi que o Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) criou, efetivamente, o seu Gabinete da Consulta Pós-COVID”.
Para os deputados do Partido Socialista, “este serviço deve ser disponibilizado a todos os Açorianos que dele necessitem e não apenas numa ilha”.
A socialista realçou o entendimento dos médicos para um acompanhamento pós-COVID é que este “deve ser multidisciplinar”, com “intervenção de várias especialidades que se complementam no estudo de cada doente, de acordo com os sinais e sintomas apresentados”.
“O Governo dos Açores deve assegurar, através do Serviço Regional de Saúde, a plena recuperação de todos os Açorianos. O que consideramos grave é que parece não existir, por parte do Executivo Governo Regional dos Açores, uma estratégia ou plano organizado para dar resposta a esta necessidade, com consultas que devem estar acessíveis a todos os Açorianos, independentemente da ilha onde se encontram”.