Os Vereadores do PS à Câmara Municipal de Ponta Delgada, manifestaram, esta quinta-feira, a sua preocupação com a forma “desastrosa” como a autarquia tem gerido a retirada de trânsito do centro da cidade, por forma a devolvê-la aos cidadãos.
Numa reação face às notícias hoje divulgadas, os socialistas asseguram que “talvez na procura de mostrar ao Governo Regional de como se pode governar depressa e bem, com decisão e firmeza, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada tem gerido de forma desastrosa aquilo que é consensual”.
Segundo André Viveiros, vereador socialista, se era aceitável o fecho do trânsito no centro da cidade na quadra natalícia, “para avaliar dos seus impactos na vivência social e no comércio tradicional, com vista à tomada de decisões futuras”, menos aceitável se tornou quando o Presidente da Câmara decidiu prolongar aquele fecho para além da data acordada.
“Deu a sua palavra e não a cumpriu, no encalço de que era preciso fazer uma consulta de ideias sobre o que fazer no centro da cidade, trabalho que seria promovido pela Ordem dos Arquitetos, seguindo-se depois a elaboração de um projeto de execução, também ele sujeito a debate público, e que, lá para o fim do ano seriam desenvolvidas as obras projetadas”, afirmou.
André Viveiros sublinhou que tudo isto sucede, quando se aguardava tal consulta e projeto, e quando a contestação de comerciantes e outros aumentava face ao fecho “provisório”, mal articulado e sinalizado do centro da cidade. Agora, “eis que a Câmara começa a realizar trabalhos na rua do lado sul da Igreja Matriz, num sinal claro de que a dita consulta e projeto, seria mais um resultado do que já foi feito, do que aquilo que seria auscultado, projetado e necessário fazer!”.
Destaca, ainda, André Viveiros, que enquanto a obra decorre, "ultima-se, com o conhecimento de todos, um abaixo-assinado a ser apresentado na Assembleia Municipal, para aquele órgão deliberar, sobre o que fazer com o fecho das ruas do centro da cidade, defendendo-se no documento a reabertura imediata das mesmas ruas, mas não se pronunciado sobre o futuro de outras alterações de trânsito a implementar, o que deixa elevado crédito sobre a consulta que se pretende, e bem, fazer pela Ordem dos Arquitetos, e pelo projeto a conceber, com aportes públicos, para só depois se passar à fase de obra, etapas e processo fundamentais e que não contestamos".
Para André Viveiros, um pouco inesperadamente, o Presidente da Câmara de Ponta Delgada, percebendo que estava a colidir com os poderes deliberativos da Assembleia Municipal, vem, agora, dizer que se a decisão daquele órgão for de abertura das ruas ora fechadas, assim o fará, “repondo, também, a rua a sul da igreja como estava antes, perdendo-se o quase ridículo argumento que ali existia um pavimento irregular, como se o mesmo não se aguentasse, pasme-se, com o trânsito fechado”.
“O Presidente da Câmara tem toda a legitimidade política e democrática para governar a cidade e o concelho de Ponta Delgada, o que não pode é esquecer que essa legitimidade se constrói todos os dias, com decisões devidamente ponderadas, com permanente auscultação dos cidadãos interessados, mesmo que, aqui ou ali, alguma decisão leve mais tempo para ser maturada e interiorizada, por aqueles que, todos queremos, sejam os grandes beneficiários dos projetos de modernização a implementar, que, em rigor, somos todos nós”, assegurou André Viveiros.