O dirigente do Partido Socialista dos Açores, Berto Messias, considerou, esta segunda-feira, que a recente remodelação do Governo Regional de coligação (PSD/CDS/PPM), será incapaz de “alterar a degradação política e a permanente instabilidade da atual solução governativa”, tendo sido uma remodelação “feita no baú de recordações do PSD Açores”.
“Esta é uma remodelação que não traz nada de novo, que evidencia que continuaremos a ter um Governo Regional em instabilidade permanente e com falta de liderança”, referiu o socialista, para destacar o facto de que, apesar das alterações, “continuaremos a ter um Presidente do Governo manietado e chantageado pelo Chega, incapaz de se focar nas questões centrais para o futuro da Região”.
Em declarações à comunicação social, após conhecida a remodelação governativa, Berto Messias alertou para o facto de os Açores estarem a ficar para trás em dossiers importantes e em responder aos desafios do futuro. Conforme defendeu, “devíamos estar concentrados em implementar um plano de recuperação económica e social pós-pandemia, em combater os impactos terríveis do aumento dos custos de produção devido à situação na Ucrânia, em fazer uma aplicação adequada do Plano de Recuperação e Resiliência e do novo Quadro Comunitário e em ter um novo sistema de incentivos para as empresas”.
De acordo com Berto Messias, e face a essas situações, o Presidente do Governo mostra-se incapaz de responder de forma adequada, admitindo, agora, “que se enganou em quase metade da orgânica do Governo Regional”, mas, conforme reforça o socialista, “isso não permite recuperar o tempo que já foi perdido”.
Na ocasião, Berto Messias manifestou ainda a sua preocupação com o facto de a atual remodelação ser mais um exemplo concreto da degradação crescente das instituições.
“Esta é uma remodelação que levou o Presidente do Governo a reboque, feita na praça pública e divulgada em primeira mão pela Comunicação Social, atropelando aquele que, na nossa opinião, deveria ser o correto relacionamento institucional entre o Governo Regional, o Representante da República e o Parlamento dos Açores”, referiu o socialista.
A finalizar, Berto Messias considerou ainda que até os próprios membros do Governo cessante, do ponto de vista pessoal, “não mereciam o enxovalho público em que esta forma atabalhoada de conduzir este processo se traduz”.