Célia Pereira reiterou esta terça-feira, a “necessidade e a urgência de implementar comunidades terapêuticas nos Açores”, de forma a dar resposta às pessoas com dependência, que “necessitam de se encontrar num meio protegido e durante um tempo prolongado, para a sua reabilitação”, uma medida que não foi acolhida pelo Governo Regional.
A deputada socialista falava à margem da Comissão de Assuntos Sociais, onde foram ouvidos especialistas e o Secretário Regional da Saúde, no âmbito de uma proposta do PS que recomenda ao Governo Regional uma ação estratégica e concertada, para promover respostas mais imediatas e atuantes na prevenção e combate às dependências.
A proposta do PS pretende incrementar as respostas no combate às dependências e na assistência às questões mentais que lhes estão associados, uma necessidade premente face ao agudizar destes problemas nos últimos dois anos, relacionada com os efeitos da pandemia de COVID-19.
Nesta recomendação ao Governo Regional, que deu entrada na Assembleia Regional em Julho deste ano, o Grupo Parlamentar do PS propõe que, até à abertura de comunidades terapêuticas nos Açores, o Governo Regional reponha de imediato todos os encaminhamentos necessários para tratamento de cidadãos toxicodependentes, residentes na Região, em comunidades terapêuticas, terminando com as listas de espera existentes para esse efeito.
O PS/Açores recomenda, igualmente, que o Governo aumente as respostas para encaminhamento de doentes com duplo diagnóstico, de dependências e saúde mental, que necessitam de uma resposta de longa duração implementando, até ao final do ano, programas de tratamento de duplo diagnóstico para jovens dos 14 aos 30 anos, na Região.
O PS propõe, ainda, que o Governo, no início do próximo ano letivo, retome a realização do inquérito às escolas e do relatório de atividades da saúde escolar e que realize, até ao final do ano, um diagnóstico à saúde mental dos consumidores de rua não motivados para tratamento, como os sem-abrigo.
Em comissão, Célia Pereira defendeu que é essencial que este Governo “dê continuidade e reforce o trabalho que já vinha sendo feito”, frisando que a “realidade que vivemos nos Açores exige inovação e o desenvolvimento de novas respostas, considerando os efeitos das novas substâncias, vulgo ‘drogas sintéticas’”.
A deputada socialista considerou ser “extremamente importante” que a Região desenvolva um “trabalho articulado com o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD)”, porque este é “um combate difícil, que nos obriga a respostas prontas”.
“Em termos dos cuidados de saúde na área dos comportamentos aditivos nos Açores, seria essencial a criação de comunidades terapêuticas, que deem resposta aos Açorianos que, infelizmente, caíram em situação de dependência. Estes não devem ser abandonados pelo Governo dos Açores, mas o que parece evidente é que as respostas falham”, frisou a deputada do GPPS, Célia Pereira.