José Eduardo pediu, no debate da proposta do Governo Regional (PSD/CDS/PPM) de Plano e Orçamento para 2024, um “compromisso sério e uma ação efetiva do Governo para que a Ilha das Flores não seja mais uma vez relegada ao esquecimento”.

O deputado socialista, eleito pela ilha das Flores, falava na cidade da Horta, onde questionou, perante o histórico do Governo Regional de promessas não cumpridas, “como podemos esperar que os Florentinos acreditem nas propostas incluídas neste Plano para 2024?”, realçando que os Florentinos “merecem respeito”.

José Eduardo apelou ao Governo Regional para “prestar uma atenção especial a áreas cruciais que necessitam de investimento na Ilha das Flores”, como a “Saúde, a Habitação, as acessibilidades, as infraestruturas portuárias, a Agricultura, as Pescas e a preservação da orla costeira”, entre outras.

O deputado socialista dedicou grande parte da sua intervenção à questão da Saúde na ilha das Flores, salientando que os Florentinos “enfrentam desafios significativos na prestação de cuidados médicos, seja pela demora em consultas especializadas ou pela necessidade de deslocação a outras ilhas, para receber tratamentos específicos”.

José Eduardo recordou, também, que a ampliação da Unidade de Saúde das Flores, para acomodar a fisioterapia, “nunca avançou”, que há “graves carências de profissionais de saúde, o que inclui médicos, enfermeiros, terapeutas da fala e terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, técnicos de análises clínicas e psicólogos, entre outros”.

O parlamentar sinalizou que existem “listas de espera insustentáveis” no Centro de Saúde das Flores, apelando ao “reforço significativo nas consultas de especialidade” e a uma “melhoria da comunicação entre o centro de saúde e os hospitais, para facilitar a deslocação de utentes para consultas e tratamentos fora da ilha”.

José Eduardo frisou que a insularidade “não pode ser uma barreira para o desenvolvimento sustentável e o crescimento económico”, defendendo medidas que “incentivem a criação de postos de trabalho nas Flores que evitem a fuga de jovens talentos”.

O deputado do PS lembrou que, na Agricultura, o Governo Regional “não concretizou os compromissos assumidos com o Conselho de Ilha”, especificando com a “asfaltagem de estradas, a eletrificação de explorações e o apoio para a construção de currais de gado e redes de abastecimento de água” e falhando “nos pagamentos à Associação Agrícola da Ilha”.

José Eduardo considerou a situação das Pescas na ilha das Flores “ainda mais preocupante”, abordando questões pendentes como o “assinalamento marítimo do Porto de Ponta Delgada, as obras na Lota de Santa Cruz, a reparação da grua das Lajes”, que “continuam sem resolução”.

O deputado do PS salientou, igualmente, os impasses na obra de reconstrução do Porto das Lajes das Flores (destruído em 2019 pelo furacão Lorenzo) e na segunda fase do Porto das Poças, que “continua a sofrer atrasos injustificados”.

Na área da habitação, a Ilha das Flores enfrenta desafios significativos, com a necessidade urgente de oferecer mais opções habitacionais. Esta questão não é apenas uma preocupação habitacional, mas também um entrave ao desenvolvimento de setores de atividade que poderiam ser impulsionados por uma política de apoio a empresas e serviços.

“Há falta de transparência e informação sobre o progresso da instalação da estação RAEGE e o progresso da anunciada instalação, até ao final de 2023, do radar meteorológico no Morro Alto. Com tantos incumprimentos, que credibilidade merece o Orçamento do Governo do PSD/CDS/PPM para 2024?”, finalizou o deputado do PS eleito pela ilha das Flores, José Eduardo.