Já o dissemos e reiteramos que os processos eleitorais internos da JSD Açores dizem respeito aos seus dirigentes, aos seus militantes e ao PSD. Sobre isso nada temos de dizer.
Mas quando, nesse âmbito, assistimos a um momento de negação conveniente da Presidente do PSD Açores, líder do maior partido da oposição regional e, por isso, com responsabilidades acrescidas, temos a obrigação de denunciar uma postura lamentável que em nada abona à democracia e à juventude açoriana.
Isto a propósito da afirmação peremptória da Sra. Presidente, e cito, “a JSD não tem rigorosamente nada a ver com o PSD”.
Desculpe, importa-se de repetir???
É ofensivo para a juventude açoriana que a líder do PSD/Açores, como que um Pilatos dos tempos modernos, a braços com um problema interno, “lave as suas mãos”, renegue a JSD, alegando que não faz parte do PSD/Açores e se desconsidera os jovens do seu partido desta forma, desconsiderará, com certeza, os jovens de toda a Região.
Mas pior do que isso, e este é um facto assinalável que realçamos, é nos momentos conturbados e mais difíceis que vem ao de cima as fragilidades, as incoerências e até as disfunções de carácter dos protagonistas desses momentos e é lamentável esta negação a uma organização partidária de juventude que já muito contribuiu para a história do PSD Açores.
As políticas para a juventude cumprem-se no terreno. Desenvolvem-se com os jovens. As políticas de juventude não se concretizam com fugas para a frente e a política não pode ser feita por aqueles que na adversidade fogem e não assumem as suas responsabilidades.
É um facto inegável que os Açores têm hoje uma boa política de juventude, em alguns casos pioneira a nível nacional, que muito nos orgulha.
Sabemos que muito foi feito, que temos construído um caminho consistente muito positivo para a juventude açoriana, mas temos a humildade de reconhecer que muito mais há para fazer, porque as políticas de juventude não podem ser estanques ou inflexíveis e têm de se adaptar à normal evolução dos tempos.
Temos de continuar a apoiar os jovens e casais jovens actuando nas diversas áreas que dizem respeito a esta faixa etária.
Continuar a apostar nos jovens empresários, continuar a apoiar as associações juvenis da Região, continuar a combater os abusos laborais que possam sofrer, a contribuir através de políticas públicas para que o mercado laboral da Região absorva aqueles jovens que estão hoje no exterior a qualificar-se e querem regressar e aqui contribuir para o bem comum, dar espaço a políticas de reconversão profissional de jovens qualificados para áreas de maior empregabilidade ou necessidade para a Região ou aprofundar e melhorar as análises prospectivas ao mercado de trabalho e às necessidades do tecido empresarial canalizando os apoios públicos para futuros activos em áreas importantes para o futuro dos Açores.
É nossa obrigação continuar a apostar nos jovens e, estou certo, que assim será porque mais juventude será sempre sinónimo de mais desenvolvimento e gostávamos que todos contribuíssem para isso, até mesmo a JSD e o PSD, mas temos pena que no meio de tantos episódios não surjam propostas concretas e exequíveis que ajudem os jovens.
Com mais este episódio de negação, Berta Cabral assumiu o papel do apóstolo Pedro, reconstituindo o episódio bíblico da negação que poderia ser narrado assim:
“Em verdade, neste mesmo mandato, três vezes negarás o PSD”: À primeira negação deixou sozinhos os companheiros derrotados nas eleições autárquicas na noite em que mais precisavam de uma líder;
A segunda, mais recente, foi quando renegou à Juventude Social-Democrata, que tanto já contribuiu para o passado do PSD;
E a terceira, estou em crer, será ao próprio PSD/Açores quando culpar toda a gente, quando culpar tudo e todos, menos ela, pela derrota nas próximas eleições regionais.