Opinião

Amnésia

Pode bem vir o PSD/Açores dizer que defendeu a autonomia na proposta de revisão constitucional de Passos Coelho que ninguém acredita. A proposta final que Berta Cabral se apressou a qualificar de “excelente” porque “respeita os compromissos políticos do presidente do PSD quanto às autonomias” precisou, passada uma semana, de uns acertos. Que se apressou a enxotar para cima da Assembleia. Para que esta incluísse o que o Deputado do PSD escolhido para o efeito não foi capaz de incluir. O percurso do PSD/A neste processo é sinuoso e sinistrado. Renega a defesa dos interesses dos Açores e renega o património histórico do partido. Foi madrasta a sorte de quem se diz o pai da autonomia. E assim se esquecem todas as unânimes reivindicações do Estatuto. Das velhas questões nem vislumbre. Caem as audições do PR no âmbito da dissolução da ALRAA, os provedores regionais, a declaração de estado de sítio. Órfãs e à deriva. E consagra a solução esdrúxula de um Representante da República para as duas regiões. O que explica a relutância do Deputado Mota Amaral na subscrição da proposta. Mais. O PSD votou favoravelmente a proposta do PS de extinção desta figura. Reconhecendo a sua incapacidade para o fazer valer noutra instância. É pouco. Muito pouco o que este PSD de hoje tem para dar. Fraco de memória e parco nas conquistas fez tábua rasa do seu património. Isolou-se. Pôs de fora parte do PSD/A e todo o PSD/Madeira, a troco da contemplação dos pruridos autonómicos de Cavaco Silva. Conduzindo ao cúmulo do PSD/Madeira, pela voz de Guilherme Silva, afirmar que contava com o PS/Açores para garantir soluções constitucionais úteis às autonomias. Quantos PSDs há afinal neste PSD? E o que resta do PSD neste PSD de hoje? Que aplaude de pé a negação da sua História e que anui ao esmagamento das pretensões autonómicas.