Opinião

Defender e criar emprego

O desemprego nos Açores é agravado pela crise de financiamento da banca e pelo duríssimo plano de austeridade nacional. Apesar disso, vamos continuar a trabalhar para minimizar esses efeitos. Infelizmente, o desemprego atinge muitas famílias açorianas, sendo esta a face mais dura da crise nacional e internacional que atinge uma economia pequena e aberta como a dos Açores. Por isso, temos que concentrar os nossos esforços em diminuir e controlar a taxa de desemprego em 2012. Aliás, tem sido mesmo o PS e o Governo dos Açores a admitir, pelo menos desde Fevereiro de 2010, que os Açores teriam um agravamento sensível da taxa de desemprego. Assim tem sido, com total transparência. Esta evolução do número de inscritos nas agências de emprego deve-se, essencialmente, a três factores muito objectivos: despedimentos colectivos na construção civil, fim de contratos de trabalho sazonais de Verão e despedimentos no comércio. O aumento do desemprego que está a ocorrer na construção civil e no pequeno comércio resulta das medidas de austeridade nacionais, com efeitos recessivos no consumo e no rendimento disponível das pessoas, e na diminuição muito relevante do investimento e pagamentos municipais. Além disso, a economia regional está a sofrer as consequências da total paralisia em que se encontra a banca. Em 2007, os bancos injectaram na economia 600 milhões de euros líquidos - qualquer coisa como o actual Plano da RAA. Já no primeiro semestre deste ano, regista-se uma contribuição negativa em 67 milhões de euros para a economia açoriana. É preciso reconhecer, ainda, que estamos a falar de um problema global e não exclusivamente dos Açores. Basta dizer que, entre as várias regiões ultraperiféricas europeias, os Açores são aquela com a taxa de desemprego mais baixa. Outras têm taxas a rondar os 30 por cento. E continuamos a ser uma das Regiões do país com a taxa de desemprego mais baixa. Cada desempregado que consigamos retirar desta situação, através de medidas de apoio ou de criação de emprego, terá de ser visto como uma motivação extra e como uma batalha ganha numa guerra difícil e constante. Esta crise obrigou o PS e o Governo a reorientarem as suas prioridades políticas e governativas. Na base da nossa acção diária estará o combate, sem tréguas, ao desemprego. Esta vai ser a prioridade para 2012. Quanto estão em causa pessoas, tudo o resto passa a ser secundário. Esperamos que os partidos da oposição estejam ao lado do governo nesta difícil batalha.