Assistimos, no último congresso do PSD, a um esforço enorme da Presidente do PSD Açores de aparecer sorridente ao lado do Dr. Pedro Passos Coelho.
Tal facto não surpreende, tendo em conta que a Dra. Berta Cabral foi mandatária de Passos Coelho nas recentes eleições internas do PSD, sendo, por isso, uma convicta apoiante de Passos Coelho e das suas políticas.
A Dra. Berta Cabral é, assim, uma procuradora de Passos Coelho nos Açores, tornando-se cúmplice de um Governo da República profundamente neoliberal, com a menor sensibilidade social de que há memória no Portugal democrático.
A cumplicidade demonstrada ao longo do congresso e o apoio orgulhoso ao PSD Nacional é mais uma confirmação de que o PSD Açores será sempre um defensor de Passos Coelho e do PSD Nacional, em detrimento da defesa dos interesses dos Açores.
Alias, a história recente mostra-nos que este PSD Açores, que já teve um papel importante na afirmação da Autonomia Açoriana e da defesa dos nossos interesses, é hoje uma miragem desses tempos, sem voz e sem capacidade de influência.
Com a agenda que o Governo da República já demonstrou ter para o nosso País, onde a austeridade e injustiça social são evidências, muito para além do que é exigido pela Troika, já percebemos que a actual liderança do PSD Açores tem muito pouco para oferecer ao futuro da nossa Região.
É pena que assim seja, porque qualquer sistema democrático precisa do maior partido da oposição responsável e com capacidade de contribuir activamente para o desenvolvimento da nossa Região, com ideias e propostas válidas e exequíveis, e com a capacidade de influência nos partidos nacionais que ajude a salvaguardar os nossos interesses, numa altura em que a imagem das Autonomias regionais continua a ser profundamente abalada pela irresponsabilidade da governação do PSD Madeira.
Acredito, convictamente, que depois do fim do ciclo da actual liderança do PSD Açores, em outubro próximo, este partido conseguirá renovar-se e reunir um conjunto de pessoas à altura das responsabilidades do maior partido da oposição nos Açores, onde seja mais importante a cumplicidade com os Açores do que com quem lidera o PSD Nacional.