Quando a presidente do PSD-Açores vem à Graciosa é em campanha, já sabemos. Noutra condição nunca cá põe os pés, mas isso é uma opção dela e temos de respeitar.
Normalmente escolhe estes momentos para dizer umas coisas que nem lembram ao diabo. Desta vez deu a ideia que quer resolver os problemas dos agricultores e da agricultura Graciosense.
É caso para perguntar:
. Onde andava esta senhora quando o leite era pago irregularmente e com mais de 12 meses de atraso?
. Onde estava quando a fábrica de laticínios fechou por não ter condições para laborar e os produtores ficaram sem rendimento e sem saber o que fazer ao leite?
. Onde andava quando o leite produzido na Graciosa era pago muito abaixo do preço pago em outras ilhas?
. Onde andava quando a Adega Cooperativa foi asfixiada financeiramente, pelo Governo do PSD, ao ponto de ter de encerrar portas?
. Onde andava esta senhora quando a agricultura definhava, sem quaisquer produções alternativas?
Estava no Governo. Podem dar as cambalhotas que quiserem para fazer passar a ideia que a Dra. Berta Cabral nada tinha a ver com isto, mas, o que é um facto indesmentível, é que fazia parte do Governo Regional da responsabilidade do PSD ou gravitava à sua volta. Por mais que os seus apoiantes queiram e tentem, nunca o poderão esconder.
Esta é que é a verdade. A Dra. Berta Cabral, naquele tempo em que os agricultores Graciosenses lutavam para sobreviver, podia fazer muito por eles, se quisesse, mas não fez absolutamente nada para evitar o colapso iminente de um setor que não tinha futuro à vista. Por isso nunca poderá isentar-se de responsabilidades na quase liquidação de um setor que foi necessário reerguer das cinzas a partir de 1996.
Hoje, felizmente, a Dra. Berta Cabral pode ver, quando por cá passa, uma agricultura moderna, com agricultores jovens e confiantes no futuro, com investimentos que rivalizam com os melhores dos Açores. Pode ver uma ilha que conquistou um elevado estatuto sanitário e com um rendimento por hectare superior à média regional. Pode ver a nova e moderna fábrica de laticínios, cuja construção o Governo a que pertenceu nunca teve a coragem de fazer. Pode ver que os produtores de leite recebem a tempo e horas, tal como pode apreciar investimentos em floricultura e horticultura, inexistentes no seu tempo. E pode constatar, ainda, que existem projetos importantes em desenvolvimento como a Adega e Cooperativa, o Centro de Recria ou o Matadouro Industrial.
Ainda não há muito tempo esteve cá e falou muito bem deste setor, tal como o tinha feito a Dra. Maria do Céu Patrão Neves, mas agora mudou repentinamente de opinião. Porque será? Só pode ser por as coisas não lhe estarem a correr de feição.
A presidente do PSD-Açores, nesta sua frenética pré-campanha, preocupa-se em estar com estes e com aqueles, prometendo tudo, numa estratégia de agradar a todos, que, como se sabe, é contrária ao sentido de estado que um candidato a presidente do Governo deve ter.