Carlos César aceitou o convite que lhe foi endereçado para liderar a lista do PS/Açores às próximas eleições legislativas, decisão que foi transmitida à Comissão Regional do Partido no último dia 18 de abril. Foi, desse modo, um processo normal, pacífico, sem sobressaltos: o Secretariado Regional do Partido endereçou o convite, o nome foi levado à Comissão Regional e aquele órgão, tendo-lhe sido também comunicada a aceitação, ratificou a indicação.
Longe de quaisquer querelas sobre quem deveria ser o cabeça-de-lista às eleições legislativas, o Partido Socialista dos Açores depositou a sua confiança naquele que sabem ser o melhor defensor dos Açores. Foi uma escolha unânime e inquestionada. Foi o PS/Açores que escolheu, por ser necessário ter o melhor dos melhores, numa época em que o combate político se pauta, muitas vezes (e infelizmente) por um atrevido desrespeito, por parte do Governo da República, para com os direitos das Regiões arquipelágicas e para com toda uma História que culminou na consagração dos princípios autonómicos. Por ser necessário mudar a forma como se encara as Regiões Autónomas, esse paradigma de desconhecimento dos benefícios que a Autonomia encerra, compreendeu o Partido Socialista dos Açores que só com Carlos César a liderar esse processo é que teríamos maiores probabilidades de fazer finalmente vingar, no panorama nacional, o verdadeiro valor da Autonomia.
A forma como o candidato socialista nos Açores foi indicado é bastante reveladora da forma como o Partido desenvolve a sua atividade na Região: as estruturas funcionam, articulam-se entre si e apresentam resultados. Não dependem de qualquer indicação da liderança do Partido em Lisboa para fazerem o seu trabalho e não prescindem da sua autonomia na escolha dos seus representantes. Não houve, no PS/Açores, quaisquer dúvidas sobre quem seria o candidato às legislativas. Não houve líderes nacionais do Partido a fazer birra porque queriam este ou aquele candidato. Não houve qualquer atropelo às competências das estruturas do PS/Açores naquela escolha. E muito menos houve qualquer imposição de candidatos. No PS/Açores manda o PS/Açores.
Parecem-me risíveis as observações de Duarte Freitas à escolha de Carlos César para cabeça-de-lista do PS/Açores às próximas eleições legislativas. Numa tentativa tosca e muito mal conseguida de disfarçar o caos que tem sido a determinação de candidato do PSD/A, o líder social-democrata, numa postura muito pouco digna, desata a criticar a forma como aquele mesmo processo decorreu no PS/Açores. Com ar jocoso e pouco ou nada convincente, tentava convencer os Açorianos que o PSD/A é um partido mais “solidário”. “Solidário”? Falamos do mesmo PSD/A que não faz a mínima ideia se há de fazer vénias a Coelho e dizer “sim, senhor” à escolha de Berta ou se há de riscar Mota Amaral da lista só porque o histórico já não agrada a Coelho? Longe de mim tentar dizer aos sociais-democratas quem escolher – se aquela que está completamente colada à imagem de Passos ou aquele que descolou, mas deixou de agradar. Agora…o que não se lhes permite é que venham criticar o que se passa no âmbito dos processos decisórios dos outros partidos – muito menos o que não é criticável, já que não há mesmo nada para criticar – quando eles próprios não têm a mínima noção do que é que hão de fazer dentro do seu. Que deixem de tentar simular desnorte onde não o há e que comecem a preocupar-se com o que realmente deveria preocupá-los: escolher quem melhor defenderá os Açores na Assembleia da República. Para o PS/Açores é Carlos César. Para o PSD/Açores…nem eles fazem a mínima ideia.