Opinião

Exportar mais

Na passada semana foram tornados públicos alguns indicadores que mostram que as exportações de bens nos Açores aumentaram 20,7% e as importações diminuíram 5,1%, em termos homólogos, no primeiro trimestre de 2015. Soubemos ainda que no espaço de dois anos duplicaram os apoios concedidos para a comercialização e exportação de produtos açorianos. Dados bem demonstrativos do crescimento sólido e sustentado que estamos a conseguir imprimir a um setor determinante para o futuro dos Açores. São boas notícias. É este o caminho. A capacidade de valorizar o que temos de melhor, o que é diferenciado e se distingue qualitativamente no mercado exterior. É indiscutível que temos grande qualidade em diversos setores. A marca Açores está associada a conceitos muito valorizados pelos consumidores, como a qualidade sustentável e a sustentabilidade ambiental. Temos, assim, que continuar e intensificar esta agenda política de equilíbrio da nossa balança comercial. Num momento em que temos pela frente grandes transformações no mercado turístico, significativas indefinições no setor agroalimentar e nos reais impactos de um mercado do leite totalmente liberalizado sem tetos máximos de produção, ou seja, sem quotas leiteiras, os desafios nos setores exportadores regionais são enormes, mas certamente estimulantes. O Governo dos Açores tem feito a sua parte no planeamento e disponibilização dos instrumentos de apoio necessários para vencer esses novos desafios. Mas os indicadores agora conhecidos são também mérito dos empresários açorianos, autênticos super-heróis dos tempos modernos, que com a sua coragem, trabalho e empreendedorismo, têm conseguido valorizar o que temos de melhor, num mercado com características arquipelágicas que aumentam as dificuldades à atividade empresarial. Portanto, estes desafios só podem ser vencidos com uma conjugação de esforços entre as entidades públicas e privadas onde cada um faça bem a sua parte, sem agendas escondidas e sem instrumentalizações institucionais que contribuem muito pouco para o sucesso da Região nestas áreas. São legítimos os exercícios de reivindicação e de tentativa de influência do futuro. Mas isso só faz sentido se for em nome de uma agenda positiva, preocupada verdadeiramente com o futuro. É que não deixa de ser curioso que aqueles que vêm agora defender menos Estado na economia são os mesmos que aquando das discussões públicas dos Planos e Orçamento reivindicam mais apoios desse mesmo Estado para a atividade empresarial.