A grande vitória política obtida pelo Governo de Vasco Cordeiro nas negociações com o Governo da República, relativas ao novo modelo de acessibilidades aéreas aos Açores, deixou sequelas nos partidos da oposição na Região que ainda hoje se fazem sentir.
Certamente preocupados com as próximas eleições legislativas, quer o Presidente do PSD-A, quer o líder do CDS-PP dos Açores têm proferido declarações a roçar o ridículo sobre o início da operação de companhias “low-cost” na Ilha Terceira.
Recorde-se que o novo modelo de acessibilidades aéreas, que vigora desde 29 de Março, teve duas principais alterações. Primeiro, o facto de um residente nos Açores, em qualquer das nove ilhas, poder deslocar-se ao continente por um montante que não poderá exceder os 134 euros de encargos para o passageiro – quando o preço final da passagem for superior a esse valor o passageiro é reembolsado da diferença. E segundo, o facto de se liberalizar as rotas de Ponta Delgada e da Terceira.
Na altura o CDS-PP foi o grande crítico do novo modelo. Quando as companhias low-cost manifestaram intenção de voar para São Miguel, Artur Lima vociferou contra a nova realidade dos transportes aéreos, afirmando que só beneficiava São Miguel e que prejudicava especialmente a Terceira.
É incompreensível que o mesmo Artur Lima venha agora afirmar que o CDS teve grande influência no início dos voos low-cost para a ilha Terceira.
O presidente do CDS-PP/A devia de uma vez por todas compreender que o novo modelo de acessibilidades possibilita, no caso das ilhas Terceira e São Miguel, que as operadoras “low-cost” entrem ou saiam da operação nesses aeroportos de acordo com as suas expectativas e os seus interesses – é esta a lógica da liberalização.
O mérito do modelo vai para quem negociou o acordo anunciado em julho de 2014. As companhias que entram ou saem das operações aéreas na Terceira ou São Miguel fazem-no por iniciativa própria e não por influência de nenhum ministro do CDS-PP ou de qualquer outro partido. Procurar contorcer esta realidade só revela uma coisa: total desespero.