Opinião

A escolha

No próximo Domingo chega mais um momento em que os Portugueses se irão pronunciar sobre o futuro que desejam para Portugal. Terão, novamente, nas mãos a oportunidade de escolher quem consideram mais apto a retomar as rédeas do país e levantá-lo do marasmo degradante em que veio caindo nos últimos quatro anos. A campanha eleitoral tem servido para mostrar de que fibra são feitos os candidatos a Primeiro-Ministro e de que forma o povo os entende. Mais do que as constantes, confusas e conflituantes sondagens que constantemente surgem, o verdadeiro barómetro desta campanha tem sido a forma com as pessoas têm recebido os candidatos por onde passam. E é inequívoco. Ao contrário de Passos Coelho, por onde António Costa passa, não há apupos, não há cenas de pugilato nem hortícolas a voar. António Costa nunca precisou de levantar os braços no ar em completo desespero para que os ânimos se acalmassem. Os idosos dirigem-se a António Costa com esperança de que o PS lhes devolva o que foi cortado das já parcas reformas que recebiam. As pessoas recebem-no com esperança de que ele possa recuperar a dignidade que a tantos portugueses foi retirada por Passos Coelho. Nos Açores não foi diferente. Na passada segunda-feira, no Teatro Micaelense, acolhemos António Costa com calor e entusiasmo. Ficou claro que será um bom Primeiro-Ministro para os Açores. Porque nos respeita. Porque respeita e eleva as Autonomias. Porque reconhece que Portugal é grande em território porque no Mar estão os Açores. António Costa demonstrou afeto pelos Açorianos. Afirmou a sua dedicação e demonstrou-o com atos, não só com palavras. No próximo Domingo temos uma escolha a fazer. Podemos escolher continuar com Passos Coelho e “dar-lhe força”, como tão orgulhosa e despeitadamente incitou Berta Cabral. Podemos escolher continuar com as mesmas políticas de austeridade, desmesuradamente exigentes para além do necessário, seguindo a teoria desse governo PSD/CDS-PP de que temos que ser os “bons alunos” das regras troikistas e sufocar os portugueses até eles não poderem mais. E para quê? Para resultados nulos. Portugal não está melhor. A dívida pública não desceu. O PIB não cresceu. Estamos pior do que quando Passos Coelho começou. É isto que queremos? Por outro lado, podemos escolher mudar. E essa escolha consciente e ponderada deve ser feita com a consciência que não é votando noutro partido que não o PS que se vai conseguir mudar alguma coisa. Votar em outro partido que não seja o PS é dar força ao PSD. Simples. Se queremos verdadeiramente mudar, há que fazê-lo sabendo que o único voto capaz de evitar que Passos Coelho se continue a sentar na cadeira de Primeiro-Ministro é o voto em António Costa e no Partido Socialista. Nos Açores temos Carlos César como cabeça-de-lista do PS. Palavras para quê? Um homem com provas dadas de competência e excelência na governação, uma dedicação contínua e persistente na defesa dos Açores e dos seus direitos, um homem capaz de chegar a todos, falar com todos e que sabe ouvir. Que levou e leva os Açores no coração, para onde quer que vá. Queremos este Homem ou queremos uma Berta Cabral que defende Passos Coelho e as suas políticas de forma intransigente, descurando que o atual Primeiro-Ministro nunca nos respeitou, nem nas coisas mais básicas, encarando a Autonomia como algo descartável? Uma Berta Cabral que defende quem nos negou ajuda nos momentos mais difíceis? Uma Berta Cabral que defende quem nos priva dos direitos que são nossos, no que ao Mar respeita, e quem trata os doentes açorianos como estrangeiros no seu próprio país? Os Açorianos sabem o que querem. E não será isto de certeza.