Nesta sessão de Fevereiro do Parlamento açoriano, voltou-se a debater quanto se aprende nas escolas dos Açores e com base nisso avaliarem-se as políticas educativas do governo. Muito se disse e certamente muito ainda haja por dizer. Do lado daqueles que do sistema educativo querem o melhor para o sucesso escolar dos seus filhos, creio que não depreenderam deste debate que aquilo que exigem das escolas, passe somente pela intervenção do Governo. Nem é bom que isto aconteça porque a responsabilidade educativa não pode nem deve ser retirada a nenhum dos outros protagonistas, antes exigida. Não se falou em educação como um processo em que os pais, os professores e a escola sejam parte indivisa deste sucesso. Espantoso foi o conceito apresentado pelo CDS-PP de que uns nascem mais desiguais do que os outros, ou melhor dizendo que a inteligência é um dom de nascença e que por isso uns terão sucesso e outros não. Onde é que eu já li isto? No meu entender este debate não poderia ter sucesso para o PPM nem para a restante oposição, porque, como se diz em gíria, juntaram os alhos aos bugalhos. Não é possível repisarem-se argumentos pelos simples fatos de serem números ou rankings, nem falarmos do peso excessivo de mochilas quando se quer falar de sucesso ou insucesso na aprendizagem. Não é possível, depois de nesta Assembleia se decidir estudar as tendências e prevalência de consumo de drogas aditivas na RAA se requererem orientações avulsas para as escolas para além das que estão em prática, quando o consumo e seu aliciamento se passam primariamente nos espaços públicos fora destas. Que é importante debater o insucesso escolar também é importante identificar sucessos obtidos, o que foi nos dois debates sobre esta matéria propositadamente ignorado pela oposição. RePISAram-se argumentos, não se apresentaram novas soluções.