Os exemplos de propositura por parte do PS ao longo dos últimos dois mandatos são diversos. Mas o primeiro trimestre de 2017 foi o implementar de posições socialistas, com a diferença de 8 anos de atraso. A ciclo via e a elaboração do plano de salvaguarda do centro histórico.
Não há nada de errado em o Dr. Bolieiro aceder às propostas do PS- embora nunca o assuma, porque “está já a ser implementado”. O erro está na demora, no momento e na execução por pressão eleitoral.
Escolho, porque a panóplia é imensa, o exemplo da ciclo via como um marco de gestão política reativa do Dr. Bolieiro. Este exemplo contribuiu para uma imagem de Ponta Delgada parada no tempo, comprometendo a qualidade de vida dos cidadãos.
Demoraram 8 anos após a proposta do PS da construção de uma ciclo via em Ponta Delgada. Começou por se propor como um projeto arrojado a implementação de uma ciclo via no perímetro de Ponta Delgada para além da Avenida Marginal e da João Bosco Mota Amaral, isto quando se delineava a expansão a norte da cidade. Num segundo momento, em 2014, surge a proposta apresentada em reunião camarária para a implementação da ciclo via na Av. Dr. João Bosco Mota Amaral. Passaram 8 anos.
A ciclo via que, e muito bem, irá ser construída, foi apresentada em 29 de março de 2017, após um processo iniciado em novembro de 2015, assistindo-se à apresentação do projeto. Passaram 16 meses. Um belíssimo projeto a avaliar pelas imagens. Uma integração no espaço e no envolvimento, mas onde, a meu ver, o recurso pelo uso da ciclo via das Portas do Mar – que tem contexto de vivências diferenciadas, nomeadamente comercial e onde se cruza com a entrada e saída de passageiros, anulando desta forma o efeito efectivo de uma ciclo via. Esta opção não valoriza a intervenção, devendo-se ter optado por continuar em todo o prolongamento da Av. Infante D. Henrique até ao Forte de São Brás – não se compreende porque termina junto ao Cais da Sardinha – melhor até se compreende, são remendos de mobilidade. Isto por ausência de uma política de acessibilidades onde os apeadeiros existentes são questionáveis, o que nos levaria à emergente necessidade de um Centro Integrado de Transportes (proposta do PS para Orçamento de 2017, rejeitada).
Porque este o momento? Porque num projeto de 1,2M€ apenas se executará 150 mil euros, por administração direta (numa altura em que a AICOPA reclama por investimento público camarário)? Simples, é uma obra eleitoral. Apenas e só para provocar movimento nas avenidas. Apenas e só para que os cidadãos se questionem pelo que irá ser construído, no verão que antecede as eleições, olhando para um placard colocado para o efeito. Tática eleitoral.
Ponta Delgada está parada no tempo. Não fosse o turismo, teríamos uma cidade fantasma. A inércia tomou conta do cumprimento do programa eleitoral. O Dr. Bolieiro apenas cumpriu 35% do programa com os eleitores. A inércia tomou conta de Ponta Delgada. A inércia é a imagem de marca do mandato do Dr. Bolieiro.