1 - COREIA DO SUL: 44 km é a distância que separa a cidade de Seul da ameaça da Coreia do Norte, 45 segundos é o tempo que levará um míssil norte-coreano a atingir esta que é uma das cidades mais desenvolvidas do mundo. A situação que se vive na Península da Coreia é uma das mais críticas a nível internacional, a que se acrescenta a complexidade das relações com a China e Japão, foi isso mesmo que constatámos esta semana na Missão da Assembleia Parlamentar da NATO à Coreia do Sul, que acompanhei na qualidade de vice-presidente da Subcomissão de Segurança Futura e Capacidades de Defesa. O momento não podia ser mais oportuno, como referiu o Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul. Dos vários contactos e encontros que estabelecemos com Vice-Ministros sul-coreanos, Parlamento e Comando das Forças EUA-Coreia do Sul (USA-ROK) foi reforçada a preocupação pela crescente ameaça de Pyongyang e a urgência em iniciar-se a via do diálogo, que não ocorre desde 2009. Ainda durante a nossa missão foram aprovadas novas sanções pelo Conselho de Segurança da ONU. A resposta da Coreia do Norte não tardou e, ontem, lançou um novo míssil, totalizando, este ano, 22 lançamentos. Mas o que pretende efetivamente Kim Jon Un? Kim Jon Un é um líder diferente dos seus antecessores, ele é estrategicamente compreensível, mas imprevisível, e está a apostar num duplo desenvolvimento militar e económico. Kim Jon Un fará tudo para manter a sua dinastia e ser reconhecido como uma potência internacional em pé de igualdade com os EUA. Por sua vez, a Coreia do Sul e os seus aliados pretendem a desnuclearização e a paz da península. A Coreia afirma-se assim como a principal prioridade da política externa dos EUA, segundo o Comandante das Forças USA-ROK. Estão estacionados na Coreia do Sul 28.500 militares norte-americanos e brevemente será ampliada uma das bases militares, num investimento total de 10.7 mil milhões de dólares, 92% financiados pela Coreia do Sul. A evolução desta situação terá com certeza impacto na forma como os EUA olham para o resto do mundo e claro para a Base das Lajes. 2 - CENTRO DE SEGURANÇA ATLÂNTICA: a par da Península da Coreia, a segurança no Atlântico é outro dos temas centrais na agenda política internacional, aliás, na missão ao Ártico, em que participei este ano, foi bem evidente a ameaça russa e a importância de reforçarmos a segurança no Atlântico. Por isso, é com expectativa que aguardo novos desenvolvimentos da parte dos EUA face à proposta de criação do Centro de Segurança Atlântica na Base das Lajes apresentada, esta semana, pelo Ministro da Defesa Azeredo Lopes ao Secretário de Estado da Defesa James Mattis. Este poderá ser um centro de excelência para formação e treino dos países interessados na segurança do Atlântico, tudo depende dos EUA. Nesta legislatura, com uma dinâmica diferente do anterior Governo, não só têm sido apresentados projetos concretos aos EUA, como têm sido implementadas medidas que contribuem para revitalizar a economia da ilha Terceira, quer sejam o processo de certificação da Base das Lajes para uso civil, a vinda da companhia low cost Ryanair, ou agora a apresentação do Centro de Segurança Atlântica, sendo certo que ainda há um longo caminho e que temos muito mais a fazer. Uma última nota em relação ao meu artigo sobre o III HYDROVOLCANIC workshop, e em particular ao artigo de resposta do Sr. Professor Doutor Félix Rodrigues, por quem tenho muita estima e consideração pelo trabalho científico desenvolvido em prol dos Açores. Permita-me que, humildemente, esclareça que acredito ter sido convidada nas mesmas condições que o Sr. Professor, ou seja, inscrição com pagamento de 100€, tendo, posteriormente, recebido o convite para presidir a uma das áreas temáticas, convite este que aceitei com muito gosto. O Sr. Professor faz ainda referência à importância do contraditório, que não subestimo, mas como deve compreender por este ser um evento organizado pelo Instituto de Tecnologia Agrária e do Ambiente da Universidade dos Açores não tecerei comentários sobre os critérios utilizados. Por fim, relativamente à minha afirmação de "a água ser 100% segura para consumo humano", tem toda a razão, os valores exatos das análises efetuadas pela Entidade Reguladora de Água e Resíduos dos Açores em 2016 a que me referia, não atingem os 100%, mas sim 99,79%, no caso do concelho de Angra do Heroísmo, e 99,39%, no caso da Praia da Vitória. Mas, apesar destes resultados, que devem descansar a população quanto à qualidade da água que consomem atualmente, há, sem dúvida, um trabalho de todos nós com o objetivo de salvaguardar que é efetuada a necessária e urgente descontaminação ambiental em toda a ilha Terceira.