Tecnologia a todos (ou quase todos) serve. Exige-se conhecimento que gera inovação para produzir produtos e serviços diferenciáveis. Conhecimento e inovação são palavras chaves dos últimos anos, das quais derivam, entre outras, a inteligência artificial e a Internet das Coisas.
Na Web Summit 2017, conferência de tecnologia a decorrer em Lisboa, assistiu-se à Sophia e ao Professor Einsten, ambos robôs, a nos desafiarem a traduzirem o que a inteligência artificial significa para os humanos. Esta é a realidade que nos espera. De pouco servirá lamentar com os postos de trabalho que serão sugados. Eles serão (já foram) sugados. Os humanos serão (já são) substituídos em algumas tarefas. A questão é saber se valorizaremos a formação que nos permita participar na criação do produto que é um robô. Ou participamos ou somos substituídos.
Eles (robôs) existem porque nós (humanos) existimos. Estamos em vantagem. Essa vantagem é um dos nossos maiores valores de produção não mecanizada, mas crítica e raciocinada.
Deste desafio, que parte em vantagem, reside a necessidade de fortalecer a aposta nas Tecnologias da Informação – nas suas diferentes áreas – no sistema educativo regional, no ensino profissional e continuar a potenciar empresas da economia digital acrescentando valor aos setores da economia azul e verde. Esta conjugação é um imperativo do Governo nos últimos anos e sob a qual há ainda muito a fazer.
Esta conquista está a se afirmar nas empresas de base tecnológica açorianas que dão forma à presença de um stand próprio dos Açores na Web Summit 2017 e, a um nível local em diferentes momentos, a de professores que assumiram a tarefa de desenvolver atividades de cariz tecnológico, fomentando nos alunos o gosto pela área – as iniciativas da Faculdade Ciências e Tecnologia da Uaç têm sido diversas e no próximo sábado, na Expolab, os professores de informática (ensino superior e não superior) tomarão o palco para afirmarem o ensino das tecnologias e mostrarem as suas práticas. Da robótica à web.
Estas iniciativas alteram mentes e dão oportunidades ao pensar fora da caixa. Trata-se de empreendedorismo tecnológico. Desde o sistema de incentivos a empresas de base tecnológica; à criação de espaços (Nonagon) para start ups; à EMA- Espaço, Estrutura de Missão que só é possível devido ao histórico dos Açores na área da tecnologia espacial – e nesta matéria importaria o envolvimento da Uaç - e às iniciativas de incentivo ao conhecimento e desenvolvimento tecnológico. Neste pacote está o alicerce ao que hoje se assiste nos Açores e que se apresenta esta semana na Web Summit.
A economia digital estrategicamente é um trunfo gerador de ganhos económicos sustentáveis, sem a limitação dos transportes aéreos e marítimos e socialmente é um trunfo gerador de ganhos sociais sustentáveis. A ligação invisível e a geração apta para esta área são mais valias e os Açores como destino de natureza são propensos a captar e manter essa geração e as próximas.
Estamos na presença de mais um novo paradigma económico que demorando tempo a se afirmar – cenário natural na economia digital e na espacial - tem capacidades de gerar riqueza e contribuir para o desenvolvimento sustentável dos Açores.