O PS Açores realizou no passado fim-de-semana, na cidade da Praia da
Vitória, o seu 17.º Congresso Regional, centrado no debate e reflexão sobre a
Moção de Orientação Global “Pelos Açores, com os Açorianos”, que teve como
primeiro subscritor Vasco Cordeiro e que foi aprovada por unanimidade.
Não perdemos um só segundo do nosso tempo com os outros partidos ou com
discussões sobre cargos internos, hierarquias e fações. Pelo contrário,
centrámos todo o nosso esforço na melhor forma de continuarmos a servir os
Açores, em coligação com os Açorianos.
Só quem nunca assumiu a responsabilidade de governar os destinos de uma
Região, pode achar que tudo se pode fazer ao mesmo tempo. Só quem não
tem uma verdadeira estratégia para melhorar a vida dos Açorianos, pode viver
do anúncio de medidas avulsas, de curto-prazo, sem sustentabilidade, sem
enquadramento e sem qualquer tipo de eficácia.
Cabe-nos a missão de, com a responsabilidade de que sempre demos prova,
buscar de forma incessante as melhores soluções para os desafios que a cada
momento se colocam aos Açores, mesmo que isso signifique reconhecer, aqui
e além, insuficiências, mudar de rumo ou fazer diferente, até com outros
protagonistas.
Entendemos que é hora de conferir um novo impulso à afirmação da Região e
ao processo (sempre em curso) de aprofundamento da Autonomia, porque não
nos satisfazemos com uma Autonomia confortável e contentada.
Assim, no seguimento da nossa iniciativa parlamentar de criação de uma
Comissão Eventual para a Reforma da Autonomia, vamos avançar com um
conjunto de propostas concretas de reformulação do sistema político-
institucional vigente, partindo da extinção do cargo de Representante da
República e da possibilidade de veto político aos diplomas regionais, e
advogando a eleição do Presidente do Governo por este Parlamento, entre
outras alterações.
É, também, tempo de um novo ciclo de políticas de coesão que assentem no
desenvolvimento humano, na qualificação do território e na valorização da
vocação de cada uma das nossas parcelas de território. Considerando que
cada uma das nossas ilhas é uma realidade distinta, colocando desafios
particulares de desenvolvimento, julgamos que a diferenciação territorial deve
ser um critério fundamental em termos de investimento.
Somos uma só comunidade formadas por nove ilhas, somos nove caminhos
para um destino comum. Esta é a essência dos Açores, o que nos identifica e
que temos de saber preservar. Esta é, pois, a hora, este é o local certo para
dizer: não contem connosco para alimentar divisionismos a partir das legítimas
aspirações dos Açorianos de cada ilha ou para fazer política partidária à custa
da unidade dos Açores.
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Não está tudo bem na nossa Região, mas só alguma cegueira partidária
impedirá alguns de ver que está tudo bem melhor. Os bons resultados estão à
vista de todos e são atestados pelos mais variados indicadores
socioeconómicos.
Ainda assim, porque é esse o nosso ADN, porque somos feitos de uma
incessante vontade de melhorar, ambicionamos mais, queremos melhor,
cumprindo ainda melhor a nossa missão de estarmos ao serviço dos
Açorianos.
Criar um sistema de apoio aos nossos jovens universitários, implementar um
programa destinado a garantir que os nossos jovens com escolaridade
obrigatória possam ter formação em contexto de trabalho, apoiar a mobilidade
regional interna através do programa “Movemprego”, alargar os horários das
creches e ATL’s para apoiar as famílias que trabalham por turnos e criar uma
Bolsa de Cuidadores Formais, são algumas das propostas que vamos
concretizar.
Queremos, também, dar início a um movimento de reflexão cívica, sob a
designação “Os Açores Primeiro”, um movimento onde todos têm lugar, onde
todas as vozes podem ser ouvidas, independentemente das suas convicções
partidárias e ideológicas, destinado a refletir e debater os Açores, com os
Açorianos. Nesse espírito de diálogo e cooperação, vamos trabalhar com as
autarquias para que a transferência de competências do poder regional para o
poder local, tal como foi anunciado, resulte sempre a favor dos Açorianos.
Não será nunca por falta de ambição ou por cansaço que deixaremos de ser o
mesmo partido renovador e reformista de sempre! Ao longo dos tempos,
teremos conseguido e teremos falhado, mas nunca duvidamos da nossa
missão: dar corpo aos Açores que os Açorianos almejam e merecem! Eis-nos,
de novo, prontos e revigorados. Pelos Açores, com os Açorianos.