Com o decorrer da época estival aproximam-se as eleições legislativas regionais de outubro e cresce a inquietação dos principais partidos da oposição.
Sem surpresas, os transportes aéreos emergiram como uma questão central de acusações promovidas pelo PSD e pelo CDS contra o governo regional.
Na Terceira, o PSD está “muito preocupado” com a anunciada redução da operação da Ryanair para essa ilha. António Ventura acusa o governo regional de prejudicar deliberadamente a ilha e culpa o executivo pela diminuição de voos e possível suspensão da operação da Ryanair para a Terceira.
Ventura recorre ao mais anacrónico bairrismo para sustentar acusações ridículas que dificilmente alguém poderá acreditar. Não interessa que a Ryanair, devido à pandemia, esteja a reduzir toda a sua operação na Europa nem que a companhia tenha tido uma diminuição de 70% na sua operação para os Açores. O próprio administrador da Ryanair admitiu “cortes selvagens” na operação em Portugal. Porém, para o PSD faz tudo parte de um plano deliberado e diabólico do governo regional para prejudicar a Ilha Terceira.
Artur Lima segue pelo mesmo caminho com a nuance de acusar a SATA de “só voar três vezes por semana para a Terceira”. Ou seja, depois da liberalização que o CDS tanto defendeu a SATA deveria ignorar a realidade de tráfego de passageiros e voar todos os dias para a Terceira com os aviões vazios para satisfação de Artur Lima.
Outra acusação do PSD é relativa ao Plano de Negócios da SATA. O PSD quer conhecer um documento que ainda não existe e exige também que o governo justifique por que razão o mesmo não está concluído. O PSD quer que o Governo diga o que todos sabem: a pandemia afetou profundamente a aviação e o planeamento da SATA necessita de ser ajustado a essa nova realidade.
O PSD e o CDS abdicaram da discussão política legítima e necessária, optaram pela mais básica e primitiva hipocrisia.