Opinião

Sintomas

Tomou posse, na passada terça-feira, o 13º governo da nossa Autonomia.
Em ambiente pandémico, e sem grandes euforias ou estados de graça, iniciámos objetivamente um novo ciclo da nossa vida coletiva. Embora a orgânica e concreta composição do Governo sejam preliminares, a verdade é que também são sinais. E este é o maior Governo da nossa Autonomia, e o mais partidário. Resta saber onde ficarão sediados as secretarias e demais departamentos da Administração... Havemos de convir que, para quem tanto criticava o sufoco rosa e reclamava pela respiração da sociedade civil são indícios surpreendentes.
Os oradores cantaram loas ao nosso sistema parlamentar, que agora sim, é no Parlamento. É uma velha rábula, muito badalada nos nossos OCS. A verdade é que a sorte desta maioria laboriosamente fabricada dependerá dos concretos arranjos e objetivas concretizações partidárias, cujos resultados é que serão institucionalmente exteriorizados no Parlamento, sendo os seus méritos substantivamente independentes do respetivo percurso institucional...
O Presidente do Parlamento lembrou a premência de se prosseguir a reforma da Autonomia. Face aos acordos que sustentam a maioria nesta matéria, norteados por chavões populistas e lugares comuns, será interessante seguir essa tarefa, não só porque ela implica o quebrar da excessiva polarização, cimento da maioria, mas também para se alcançar as concretas propostas duma maioria com profundas divergências na matéria,  designadamente na lei eleitoral... Veremos se os filhos do círculo de compensação o querem mesmo matar...
São também sintomas os episódios, mais ou menos coloridos, da passagem de pasta das Finanças e da resistência à renúncia de Tiago Lopes. Porque, mais do que contradições e eventual conhecimento tardio da lei, revelam espírito de dissenso político e conflitualidade a roçar o revanchismo...