Não é possível ignorar que estes últimos 45 anos correspondem ao período de maior desenvolvimento económico e social dos Açores. Com falhas, erros e imperfeições, a Autonomia foi - e é - para muitos garantia de funcionamento do elevador social. Com ela, ainda não atingimos muitos objetivos e metas. Sem ela, porém, tínhamos um arquipélago desunido, feudal e no qual milhares de Açorianos nasciam com destino marcado: ou emigração ou a mais que provável perpetuação do ciclo de pobreza. Naturalmente, há muito por alcançar. Subsiste uma desigualdade inaceitável, bolsas de pobreza por extinguir e uma precariedade que ameaça a coesão social e atrofia no presente - e ameaça para o futuro - a evolução demográfica nas nossas nove ilhas. Dito isto, a Autonomia, fruto do sonho de alguns, da luta e da ambição de muitos, transformou por completo a face dos Açores, em todos os domínios. Não foi - nem é - de somenos, ou obra de pouca monta. Menosprezar tudo isto é, no fundo, ignorar o peso da História e subestimar a nossa identidade como Povo.