Este ano teremos novo momento de exercício da Democracia, com a realização das Eleições Autárquicas, em que os cidadãos escolherão, diretamente, os seus representantes locais, para a Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Juntas de Freguesia e Assembleias de Freguesia.
Pretendo, nos próximos artigos, debruçar-me sobre as próximas autárquicas e refletir sobre a sua importância para o nosso concelho e para as nossas freguesias, abordando alguns investimentos e necessidades que, subjetivamente, entendo importantes para o futuro da nossa ilha. Neste artigo, em concreto, farei apenas uma reflexão genérica sobre a importância das eleições autárquicas para qualquer freguesia ou município.
Uma das principais caraterísticas das eleições autárquicas é a proximidade entre eleitos e eleitores, focando-se nas necessidades específicas de cada região. O exercício de qualquer cargo autárquico afeta diretamente a vida dos cidadãos, pelo que, a participação no processo eleitoral é uma forma de assegurar que os eleitos estejam alinhados com os interesses da comunidade. Pelo menos, é o que se espera, quando contribuímos para a eleição de um autarca de freguesia ou municipal, cujo programa eleitoral vem ao encontro daquilo que mais ambicionamos para a nossa terra.
A participação ativa nas eleições autárquicas fortalece o envolvimento cívico. Os cidadãos têm a oportunidade de conhecer melhor os programas eleitorais, debater soluções para os problemas locais e exigir maior transparência no exercício das funções governativas.
A consciência política da população, aumenta quando as pessoas compreendem a importância do seu voto na construção de uma freguesia ou de um município mais desenvolvido e justo. As eleições autárquicas são, portanto, um pilar essencial da democracia, pois permitem que os cidadãos tenham voz ativa na administração local.
Tenho, também, a consciência de que o poder autárquico promove uma maior responsabilização por parte dos governantes, face à sua proximidade com os cidadãos e com o território, exigindo total dedicação a quem lhes elegeu.
No entanto, é comum que muitas promessas feitas durante a campanha eleitoral não sejam cumpridas após a eleição. A falta de execução de projetos prometidos gera descontentamento na população e, por conseguinte, diminui a confiança nos representantes eleitos. Infelizmente, são mais as vezes que isto ocorre do que o cumprimento de todas as promessas eleitorais. Fatores como, as dificuldades orçamentais e as mudanças nas prioridades políticas, são alguns dos argumentos, frequentemente apresentados, para o não cumprimento das promessas, o que reforça a necessidade de um acompanhamento crítico e constante por parte da população.
Localmente, na minha perspetiva, existem vários exemplos de falhas no cumprimento de promessas, em que se verifica o esquecimento e até abandono de importantes infraestruturas, a falta de atenção para com a manutenção da rede viária municipal, o atraso no pagamento a fornecedores, a diminuição dos apoios concedidos a coletividades do concelho, entre muitas outras lacunas que tentarei detalhar em próximos capítulos.