O presidente do Governo Regional dos Açores assegurou hoje, em Lisboa, apoios regionais e comunitários a uma contínua modernização da industria açoriana de conservas de peixe, sublinhando que a actividade das quatro empresas do sector instaladas em cinco ilhas do arquipélago garante emprego a 800 pessoas e assume “papel fundamental” no escoamento da produção da frota pesqueira insular.
Na sessão pública de lançamento da nova imagem do atum “Bom Petisco”, uma das principais marcas de conserva dos Açores, produzida pela COFACO, Carlos César anunciou, também, a continuação das ajudas à monitorização e salvaguarda, constantes e rigorosas, dos impactos, no ambiente, da actividade do sector.
Os apoios públicos tendentes à melhoria das condições de presença e competitividade da indústria conserveira açoriana, que labora 19 mil toneladas de atum por ano, são, igualmente, para manter, assegurou.
O presidente do Governo admitiu que as fábricas dos Açores, dada a sua ultraperificidade relativamente aos mercados de consumo, enfrentam algumas desvantagens, face às suas congéneres europeias, mas dispõem de alguns trunfos.
A industria açoriana de conservas “pode e deve fazer uso de algumas vantagens que lhe estão acessíveis e ainda por aprofundar mais, apostando, decididamente, na qualidade, na inovação e no mercado de produtos de topo de gama, fazendo face à concorrência internacional”, considerou.
Segundo Carlos César, “a conserva produzida nos Açores pode e deve ser envolvida por uma tipicidade que lhe é favorável”, explorando, em termos de promoção, o trabalho de qualidade realizado ao nível da transformação e o estatuto de “Friend of the Sea”, ganho pelo método de “salto e vara” utilizado na captura do atum que constitui parte da sua matéria prima.
“O atum, quando trabalhado em fresco, confere às conservas açorianas características organolépticas próprias e reconhecidas pelos apreciadores, sendo, por isso, merecedor de um certificado de origem específico reconhecido pela Região”, referiu, ao indicar que a espécie “quando trabalhada após congelação, desde que cumpra com as rigorosas normas comunitárias de higiene e controlo e que mantenha os elevados padrões de qualidade a que as conserveiras regionais têm habituado os seus consumidores, constitui, também, uma mais valia, geradora de riqueza para a Região e para o País”.
Nesse enquadramento, beneficiado por um clima de “estabilidade institucional e de boa gestão das finanças públicas”, com apoios governamentais conhecidos de todos, o sector regional de conservas “tem revelado pujança”, considerou.
Tem conseguido garantir, apesar da variabilidade do volume das capturas de atum nos mares dos Açores, “uma gestão que tem preservado a sua capacidade produtiva e a qualidade da matéria-prima que adquire complementarmente”, afirmou o chefe do executivo.
Numa intervenção em que se referiu, também, às várias fases por que passou a conservação dos produtos da pesca na Região, Carlos César destacou a importância da marca “Bom Petisco” passar a ser produzida em exclusivo nas fábricas das ilhas do Grupo COFACO.
Ao justificar a sua satisfação por tal opção, insistiu na aposta do Governo de assegurar tipicidade aos produtos dos Açores, integrando-se nesse objectivo o lançamento, também hoje, na ilha Terceira, da Carne dos Açores com Identificação Geográfica Protegida.
“O caminho que estamos a percorrer nos vários sectores da economia regional é este: produzir mais, produzir melhor, produzir com qualidade, e introduzir uma nova dinâmica operacional na nossa presença nos mercados seleccionados”, especificou.
Além de Carlos César e dos administradores da COFACO participou, igualmente, na sessão, que decorreu na antiga Gare de Alcântara, o subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona
GaCS/AP