O líder do PS/Açores, Carlos César, visitou hoje a Feira Agrícola de Santana, uma oportunidade para os candidatos socialistas ao Parlamento Europeu, Luís Paulo Alves e Capoulas Santos, manifestarem aos lavradores da ilha de São Miguel a sua posição contra o desmantelamento do regime de quotas leiteiras.
Após a visita à feira no concelho da Ribeira Grande, Carlos César, Luís Paulo Alves e Capoulas Santos, que cumpriu hoje o segundo dia da sua deslocação de campanha eleitoral aos Açores, reuniram-se com o presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita.
Acompanhado também por vários militantes e dirigentes do PS/Açores, Capoulas Santos adiantou aos jornalistas que espera que a próxima Comissão Europeia “seja mais amiga do sector do leite”.
“Espero que, se o drº Durão Barroso continuar, possa corrigir um pouco o tiro”, através da revisão da proposta da própria Comissão, afirmou Capoulas Santos, para quem a “realidade demonstrou, como era previsível no fim de 2008, que um aumento da produção corresponderia a uma degradação dos preços”.
O número três da lista do PS às eleições de domingo manifestou-se, ainda, esperançado que as lições que a Europa está a tirar da crise mundial “possam servir para corrigir, na Política Agrícola Comum, a decisão errada de um excesso de liberalismo” no sector leiteiro.
“O sector do leite na Europa precisa de ter regras e a produção precisa de ser regulada”, preconizou Capoulas Santos, ao considerar que é necessário “proteger a produção para que os preços não sofram”, sobretudo num momento de grande volatilidade.
Depois de contactar com diversos produtores agrícolas, Luís Paulo Alves defendeu que o previsível desmantelamento do sistema de quotas de produção de leite prova que a “Europa vai com o passo trocado” nesta matéria.
“Quando há necessidade de restringir a oferta no mercado, porque vivemos uma crise do lado da procura, com excedentes, a liberalização do sistema deve ser posta em causa” já na pilotagem política prevista para 2010, afirmou o candidato que ocupa o sexto lugar na lista nacional ao hemiciclo de Estrasburgo.
Segundo disse, não existe já a menor dúvida para uma série de países europeus de que é necessário rever o critério de liberalização do mercado, face à situação real de crise a que se assiste.
“É possível que um conjunto de países que estão ter uma abordagem realista destes desequilíbrios actuais do mercado possam fazer valer as suas posições, no sentido de actuar já sobre vários factores”, disse Luís Paulo Alves.