O Grupo Parlamentar do PS/Açores defendeu, esta quarta-feira, um reforço dos apoios para os alunos do Corvo e manifestou-se contra a criação do Ensino Secundário na Ilha, por considerar que não seria benéfico para os próprios alunos, anunciou a deputada Cláudia Cardoso.
“É necessário que se reforce a importância de ter contacto com outras realidades. Um aluno que está sozinho numa turma, que não tem possibilidade de contacto com colegas e de ter acesso a novas experiências, é mais penalizador do que benéfico”, afirmou a presidente da Comissão de Assuntos Sociais.
Cláudia Cardoso falava aos jornalistas depois dos deputados, em sede de comissão parlamentar, terem analisado uma proposta do deputado do PPM sobre a criação deste nível de ensino na ilha do Corvo.
A posição do PS em relação à criação do Ensino Secundário no Corvo não será favorável, anunciou Cláudia Cardoso, ao exemplificar que, neste ano lectivo, ao nível do nono ano, não há nenhum aluno a frequentar a escola da ilha.
“A estimativa corresponderá a uma média de três a quatro alunos pelo nível ensino, o que poderá, eventualmente, dar uma média de um ou dois alunos por turma. Estamos a falar de números muito diminutos”, disse a presidente da Comissão de Assuntos Sociais.
Para os deputados do PS/Açores, o acesso dos alunos do Corvo ao Ensino Secundário deverá, sim, passar “por outras formas de facilitação da vida destes alunos, como, por exemplo, através de uma bolsa que permita a estes alunos terem um apoio ainda mais incisivo”.
“Já têm apoio ao nível do alojamento e das refeições, mas que possam, também, ter apoio ao transporte aéreo nas suas deslocações. Também passará pelo reforço do ensino mediatizado”, explicou a deputada.
Relativamente à proposta do BE que esteve em análise na comissão, Cláudia Cardoso adiantou que, actualmente, uma parte muito significativa dos docentes contratos nas escolas da Região satisfaz necessidades transitórias, estando em lugares de outros professores que estão em comissão de serviço, destacados ou requisitados.
Se a iniciativa do BE fosse aprovada, “aconteceria que, quando estes professores regressassem, os quadros ficariam com excedentários e com professores com horários zero nas escolas, sem actividades atribuídas”, alertou Cláudia Cardoso.
“Numa região que sofre as limitações que a nossa tem, que não é rica e não pode despender recursos desta forma, consideramos que seria irresponsável adoptar uma medida deste teor”, concluiu a deputada do PS/Açores.