O PSD foi o único partido a votar contra o relatório final da Comissão de Inquérito à construção dos navios de passageiros, o que vem provar que este partido esteve neste processo com interesses partidários próprios, salientou o deputado socialista Francisco César.
“O único partido que teve uma agenda própria nesta matéria foi o PSD, mas não chegou às conclusões que previamente pretendia e ficou sozinho”, disse o parlamentar do PS/Açores aos jornalistas, após a Comissão de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios “Atlântida” e “Anticiclone” ter aprovado o relatório final dos trabalhos.
Francisco César disse ainda que, após mais de 50 horas de testemunhos e da análise de cerca de 10 mil páginas de documentos de várias entidades envolvidas no processo de construção, os deputados chegaram à conclusão que não é possível apurar responsabilidades políticas sobre esta matéria.
“O resultado chegado por esta Comissão é que não é possível, em nenhum momento, aferir responsabilidades políticas por parte do Governo sobre esta matéria. Não estamos a dizer que a Comissão se mostrou incapaz de apurar se houve responsabilidades políticas, mas, sim, que os factos apurados não permitiram concluir que há responsabilidades políticas”, explicou Francisco César.
Questionado pelos jornalistas, o deputado socialista adiantou também que, para a bancada do PS, este processo “não é uma telenovela” e criticou o comportamento do PSD, que “tentou procurar qualquer coisa que lhe permitisse votar” contra o relatório o final dos trabalhos da comissão.
“O Grupo Parlamentar do PS não está preocupado com a agenda política do PSD, apesar de sabermos que este foi um processo apostou muito, tratando-se mesmo quase de uma questão de sobrevivência para a agenda política do PSD”, afirmou.
A concluir, Francisco César recordou, também, que o Governo Regional chegou a um acordo que permite que os Açores estejam a receber uma verba superior àquela que foi paga aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo pela construção dos dois navios.
Após a reunião, a Presidente da Comissão de Inquérito realçou à Comunicação Social que o relatório final aprovado foi o proposto pela relatora à Comissão e contou com contributos e alterações avançadas pelos deputados do CDS/PP e PCP.
Segundo a deputada socialista Catarina Furtado, o PPM e o BE - que decidiram abandonar os trabalhos da comissão - sabiam, desde o início, quais as regras e modo de funcionamento desta comissão de inquérito, até porque estes dois partidos tinham sido proponentes da sua criação.
“As regras eram claras desde o início e os trabalhos acabaram por decorrer com tranquilidade e com serenidade”, disse Catarina Furtado.