O líder parlamentar do PS/Açores responsabilizou hoje a austeridade imposta pelo Governo da República pela evolução do desemprego na Região, apontando os cerca de 20 milhões de euros que vão ficar de fora do pequeno comércio, devido aos cortes nos subsídios de Natal.
“Com o corte do subsídio de Natal, não entra na economia do pequeno comércio cerca de 20 milhões de euros. A falta deste dinheiro faz uma mossa considerável neste sector, nomeadamente ao nível do desemprego”, salientou Berto Messias, em declarações aos jornalistas.
O Grupo Parlamentar do PS/Açores visitou, esta terça-feira, um curso do Programa Reactivar, financiado pelo Fundo Social Europeu, que permite melhorar a empregabilidade dos formandos para um mais fácil acesso ao mercado de trabalho. Nos Açores, estão a frequentar cursos deste tipo 2.400 açorianos.
Após a visita, Berto Messias reconheceu que a Região tem tido uma evolução crescente do desemprego, um problema que não é, porém, exclusivo dos Açores.
“Sabemos que os Açores são uma das regiões do país com menor taxa de desemprego. Comparando os Açores com outras regiões ultraperiféricas, temos a mais baixa taxa de desemprego. Dou o exemplo das Canárias, que já tem um desemprego na casa dos 30 por cento”, adiantou o Presidente da bancada parlamentar socialista.
Segundo disse, esta evolução da taxa de desemprego está relacionada com o fim do emprego sazonal da época alta do Turismo e com uma série de despedimentos nas áreas da construção civil e no pequeno comércio.
“Isso decorre, por um lado, do plano de austeridade nacional implementado pelo Governo da República e, por outro, da falta de financiamento à economia por parte da banca”, explicou o líder parlamentar do PS/Açores.
Berto Messias recordou que, em 2007, os bancos injectaram na economia açoriana 600 milhões de euros líquidos. Já no primeiro semestre deste ano, regista-se uma contribuição negativa em 67 milhões de euros para a economia açoriana.
“Isto resulta em profundas instabilidades, cabendo aos responsáveis políticos tentar estancar a tendência de crescimento do desemprego”, defendeu o deputado socialista, para quem a Região debate-se, assim, com um “problema de capacidade de financiamento da economia, que decorre da crise sistémica europeia, que já atinge vários países”.
A concluir, adiantou que o Plano e Orçamento para 2012, propostos pelo Governo Regional, apresentam uma forte componente social, nomeadamente, no apoio às famílias e às empresas, na criação e manutenção do emprego.