O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, José San-Bento, lamentou que a líder do PSD/Açores nunca tenha assumido que prestou declarações públicas que falsearam a realidade sobre o endividamento da Câmara Municipal de Ponta Delgada, uma postura que “manchou a democracia”.
“É inadmissível que uma pessoa seja tão lesta e tão longa a comentar os méritos que, afinal, não tinha e não seja capaz de admitir esse erro”, afirmou o deputado do PS/Açores, que falava no debate de um voto de protesto apresentado pelo PCP relativo às declarações de Berta Cabral aquando da divulgação do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.
José San-Bento considerou que a postura da Presidente do PSD/Açores neste processo foi ”inaceitável”, por se tratar de uma “situação que mancha a própria democracia dos Açores, pois estamos perante uma personalidade política candidata à Presidência do Governo, que está obrigada aos mais elevados padrões éticos”.
Recorde-se que, recentemente, Berta Cabral fez declarações públicas em que manifestava “orgulho” pela situação financeira da Câmara de Ponta Delgada, na sequência da divulgação do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, o qual continha um erro relativo ao passivo líquido por habitante, que foi corrigido pela entidade que elaborou o documento, colocando a autarquia de Ponta Delgada fora dos primeiros 50 lugares.
Segundo José San-Bento, o Grupo Parlamentar Socialista gostaria que esta situação tivesse sido resolvida de outra forma e que não tivesse de intervir perante um “comportamento antidemocrático” de quem nunca assumiu, mesmo depois de corrigido o erro, que prestou declarações que não corresponderam à realidade dos números sobre o endividamento da autarquia.