O candidato do PS/Açores à Presidência do Governo Regional convidou, este sábado, outros candidatos que exercem cargos executivos a pensarem se não será melhor deixarem estas funções executivas em nome da transparência da campanha e das eleições regionais de Outubro.
“Com toda a humildade democrática, lanço um convite aos protagonistas de outras candidaturas que exercem cargos executivos, para que parem um bocadinho com o frenesim e pensem se não será melhor para o interesse das populações que servem nestes cargos, haver essa separação”, afirmou Vasco Cordeiro, num comício em Ponta Delgada.
Na presença de Secretário-Geral do PS, António José Seguro, e do Presidente do PS/Açores, Carlos César, o candidato socialista lançou, assim, o convite para que “reflictam se não será melhor evitar qualquer dúvida sobre se ainda têm a disponibilidade a 100 por cento para, nestes cargos executivos, servir quem é suposto servirem, ou se estão já mais preocupadas com a campanha eleitoral”.
“Que parem e reflectiam se não será melhor para a nossa Democracia e para a nossa Autonomia que não existam dúvidas sobre aproveitamentos ilegítimos. Que pensem um pouco se a acumulação de cargos é melhor forma de servir e honrar a nossa Autonomia”, solicitou Vasco Cordeiro, ao prometer que, se resolverem sair dos cargos institucionais que ocupam, não os acusará de estarem a fugir às suas responsabilidades.
Perante cerca de sete centenas de militantes e apoiantes, o candidato do PS/Açores recordou ainda que, há uns anos atrás, “havia uma personalidade política regional que liderava um partido que concorria às eleições autárquicas. Aliás, esta personalidade política era ela própria candidata a uma câmara municipal”.
No dia das eleições autárquicas, este partido político, que era até então maioritário no Poder Autárquico, perdeu câmaras e perdeu juntas de freguesia nos Açores.
“Mas essa personalidade política lá venceu a eleição para a sua câmara municipal. Perguntaram-lhe, na noite das eleições, qual a leitura que fazia dos resultados do seu partido, e essa personalidade política responde: “onde eu me candidatei, eu ganhei. Os outros é que perderam”, lembrou Vasco Cordeiro.
“Isso, sim, é que é fugir às responsabilidades”, assegurou o candidato do PS/Açores.
No comício que marcou o início da visita de três dias de António José Seguro aos Açores, Vasco Cordeiro defendeu ser importante que, na conjuntura em que se vive, a campanha e as eleições de Outubro sejam marcadas por sentido de responsabilidade, de verdade e de aproveitamento como um momento para reforçar a confiança entre os Açorianos e a Autonomia e entre os Açorianos e a política.
“Foram estes os objectivos e os valores que me levaram a pedir a dispensa de membro do Governo Regional, ao qual pertenci com muita honra e com muito orgulho”, realçou Vasco Cordeiro, ao explicar que a sua decisão pretendeu que não ficasse mínima dúvida nas Açorianas e nos Açorianos da retirada de qualquer benefício para a sua candidatura pelo exercício de funções executivas.
Na sua intervenção perante centenas de apoiantes, Vasco Cordeiro considerou, por outro lado, que cada vez que se está mais próximo das eleições fica mais claro que é a Autonomia dos Açores que vai a votos em Outubro.
Segundo disse, “é preciso estar alerta e cerrar fileiras em defesa da nossa Autonomia, que não é a do artigo na Constituição ou no Estatuto Político-Administrativo, mas a que ajuda as Açorianas e os Açorianos”.
“A Autonomia de sermos nós a decidir criar e aumentar o complemento regional de pensão para os nossos idosos e o complemento regional do abono família, enquanto noutras partes do país se corta nos apoios sociais”, afirmou.
“A Autonomia de sermos nós, Açorianos, a decidir criar e a manter um salário mínimo regional de valor superior ao nacional e medidas de apoio aos nossos agricultores, pescadores e empresários que não existem em mais parte nenhuma do país”, considerou Vasco Cordeiro, ao salientar que a presença de António José Seguro constituiu “uma manifestação de apoio a todos os Açorianos para a continuidade deste grande projecto que é a Autonomia dos Açores”.
Lembrou, ainda, que o António José Seguro fez parte do Governo que propôs e fez aprovar, na Assembleia da República, a Lei de Finanças Regionais, que deu meios financeiros aos Açores.