O candidato do PS/Açores à Presidência do Governo Regional denunciou, este sábado, que existem candidaturas às eleições de Outubro com “agendas escondidas” para a Região, apontando os exemplos do financiamento da Saúde e da redução das tarifas aéreas.
“Há candidaturas às eleições de Outubro com agendas escondidas para aplicar nos Açores. Agora dizem uma coisa, mas tudo já indicia que se preparavam para fazer outra, qualquer coisa como gato escondido com rabo de fora”, afirmou Vasco Cordeiro.
No comício que contou com Carlos César e António José Seguro, líderes regional e nacional do PS, o candidato socialista adiantou que “basta ver que há candidaturas que até já falam que a Região precisa de um resgate” financeiro.
“O Banco Central Europeu, a Comissão Europeia, o Tribunal de Contas, o Governo da República e o Fundo Monetário Internacional já atestaram as nossas finanças públicas, mas essa candidatura acha que as nossas finanças públicas não estão como todas estas entidades certificam”, afirmou Vasco Cordeiro.
“Um resgate na Saúde? Será para aplicar nos Açores o que se está a aplicar no Continente, com o fecho serviços e cortes nos apoios?”, questionou Vasco Cordeiro, para quem esta “agenda escondida”, para além de querer replicar nos Açores as desastrosas soluções do Continente, parece “querer criar dificuldades ao Governo Regional ignorando, por completo, que assim estão a prejudicar as Açorianas e os Açorianos”.
Perante centenas de apoiantes e militantes, Vasco Cordeiro apontou, ainda, o exemplo dos transportes aéreos, já que, esta semana, soube-se que há conversações para que uma companhia “low-cost” possa voar para os Açores, mas que, para que isso aconteça, é necessário alterar a lei que regula esse transporte aéreo.
“Também se sabe que, desde Agosto do ano passado, o Governo Regional já disse ao Governo da República que queria rever essa lei, para garantir passagens mais baratas para as Açorianas e para os Açorianos, mas o que assistimos é a um silêncio ensurdecedor da parte do Governo da República”, lamentou Vasco Cordeiro.
Segundo disse, também nesta matéria, algumas declarações de candidaturas às eleições de Outubro transformam essa situação num “caso de gato escondido com rabo de fora”, já que até dizem que os Açorianos até podem pagar com os seus impostos a baixa das tarifas aéreas.
“A solução do Governo Regional não passa por ser os Açorianos a pagarem. Como é que alguém que diz defender a Autonomia pode propor uma coisa destas?”, perguntou Vasco Cordeiro, ao lembrar que, na Madeira, é o “Governo da República que paga o transporte aéreo do Continente para a Região e inter-ilhas e, nos Açores, que já paga o transporte inter-ilhas, ainda há alguém que quer que se pague também o transporte para o continente”.
Perante isso, “ou Governo da República não quer baixar as tarifas aéreas para os Açores, porque sabe que há alguém que o aliviaria desta despesa, ou, então, nos Açores, há alguém que não quer que este assunto seja resolvido porque julga que, quanto mais dificuldades criar ao Governo dos Açores, melhor, esquecendo-se que estão a criar dificuldades é às Açorianas e aos Açorianos”, concluiu Vasco Cordeiro.
O líder da renovação
Na sua intervenção o Presidente do PS/Açores, garantiu que as eleições regionais de Outubro são o “mais próximo e mais importante desafio político do Partido Socialista em Portugal e é com a convicção da grande transformação para melhor que fizemos nos Açores e do muito trabalho a fazer para superar a crise, que temos a certeza e a confiança numa grande vitória do PS/Açores”.
“Sei que o desejo dos Açorianos é de continuarmos em frente e de não voltarmos para trás. De continuar a fazer, no Governo dos Açores, o que é bom e o que deu certo e a fazer de forma diferente aquilo que não resultou bem, de corrigir sem destruir, de congregar gente nova sem perseguir as pessoas, de renovar com confiança”, adiantou Carlos César.
Adiantou que, por isso, actualmente nos Açores, “Vasco Cordeiro é o líder da continuidade desse bom trabalho e é o líder da renovação, da unidade e da confiança dos Açorianos no futuro da sua terra”.
Carlos César disse ainda esperar que, perante novas notícias de deficiências na execução orçamental por parte do Governo da República e de maiores dificuldades, face à sua gestão do sistema de Segurança Social, em vez de se pedir o que é aceitável e moralmente recomendado - o prolongamento da forma de cumprimento das nossas obrigações perante a assistência financeira internacional - que não se lance “mais austeridade em cima de austeridade, que não se sacrifique mais os portugueses e uma região como os Açores, que em nada prejudicou o défice ou a dívida no país”.