O Presidente do PS/Açores endereçou, esta terça-feira, um conjunto de contributos ao Governo Regional, através dos quais manifesta a sua preocupação quanto à forma como o Executivo está a lidar com a pandemia de Covid-19. Numa missiva dirigida ao Presidente do Governo Regional, o líder dos socialistas açorianos destacou a urgência de que o Governo possa “inverter algumas decisões tomadas” e “acelerar processos para recuperar o tempo perdido”.
Segundo Vasco Cordeiro, este conjunto de recomendações surge num momento em que a Região ainda não atingiu o pico de casos positivos, resultantes, nomeadamente, da nova variante do vírus, considerando, por isso, ser tempo “de nos prepararmos melhor para o que, previsivelmente, aí vem”.
Defendendo, assim, a necessidade de se reforçar a capacidade de testagem, sobretudo através do método de RT-PCR, o Presidente do PS/A destacou ter sido de forma “surpreendente” que no passado dia 22 de dezembro o Governo Regional fez publicar uma portaria através da qual institui uma taxa moderadora de 65 euros para os testes RT-PCR e de 10 euros para os testes de antigénio. Para Vasco Cordeiro esta é uma medida que se apresenta errada no tempo, sobretudo no momento em que “deveria ser facilitado, e não dificultado, o acesso aos testes”, mas também errada na substância, por dificultar, “se não mesmo, prejudicar, aqueles que menos posses têm”.
Para o Presidente do PS/Açores esta é uma medida que deve ser revogada na sua totalidade, “a bem da saúde pública e de uma abordagem coerente, racional e não socialmente injusta”. Mas, de acordo com Vasco Cordeiro, regista-se ainda uma redução significativa da capacidade de testagem na Região, sendo por isso necessário retomar “um nível de rastreio que permita a identificação de cadeias de transmissão, e não, pura e simplesmente, a declaração de transmissão comunitária”.
“O Governo Regional ainda está a tempo de voltar atrás na sua opção de simples declaração de transmissão comunitária, ao invés de trabalhar para reforçar os meios que permitam uma maior capacidade de rastreio, recorrendo, se necessário for, e como já fez no passado, à colaboração, por exemplo, das Forças Armadas”, considerou.
Para Vasco Cordeiro, urge, ainda, que a informação disponibilizada, tal como as orientações, sejam transmitidas de forma clara e coerente, o que, na opinião do PS/Açores, não acontece. De acordo com o Presidente do PS/A, não se compreende a racionalidade ou lógica de, por exemplo, “proibir eventos ao ar livre, mas permiti-los, mesmo que com restrições, à porta fechada”, ou o caso de “anunciar que passa a estar disponível a realização de testes no aeroporto, à chegada, e, segundo a informação que recolhemos, isso não é feito por falta de preparação e de disponibilidade de meios”.
Neste conjunto de recomendações, Vasco Cordeiro alertou ainda para o atraso registado no processo de vacinação das crianças, relembrando que o Governo ao considerar a possibilidade de adiar o reinício das aulas no mês de janeiro, deve estar ciente de que essa possibilidade acarreta consequências dramáticas”, uma vez que apenas a meados de janeiro está previsto o início do processo de vacinação de crianças na Região.
Considerando, por isso, não ser este um calendário “minimamente aceitável”, o Presidente do PS/A defendeu a necessidade de se definir, com urgência, “um plano de ação que permita antecipar significativamente esses calendários, de forma a minimizar o prejuízo que derivará de um atraso no reinício das aulas”, reforçando ainda a necessidade de serem reativados “os procedimentos necessários para, falhando a antecipação do calendário de vacinação, as aulas possam ser retomadas por meios telemáticos.
Para Vasco Cordeiro, as recomendações que agora fez chegar ao Governo Regional, resultam de o facto de o Executivo ter optado “por não dialogar, não ouvir, nem informar os partidos políticos - pelo menos, o Partido Socialista/Acores-, sobre o evoluir da situação e sobre as medidas que planeia tomar”, mas também por considerar que “não só constitui um direito de o Partido Socialista/Açores ser informado e contribuir para a forma como a Região Autónoma dos Açores enfrenta esta situação, como constitui, igualmente, um dever”.