No âmbito de uma Declaração Política sobre o combate à pobreza nos Açores, a vice-presidente do GPPS/A destacou “o facto de os Açores terem sido a Região que mais reduziu a taxa de risco de pobreza e a desigualdade”, como confirmam os mais recentes dados do INE, e exortou o atual executivo “a não desistir da Luta Contra a Pobreza”, a ter a “humildade” de reconhecer os bons resultados e a “valorizar todo o trabalho que foi desenvolvido, nos últimos anos”.
Andreia Cardoso lembrou que “a pobreza tem servido de arma de arremesso político por parte de alguns partidos políticos”, mas, acrescentou, “a Estratégia Regional definida nos Açores, e que mereceu elogios externos, é um percurso que não deve ser interrompido”. Recusando “euforias desmesuradas em relação aos dados agora conhecidos”, defendeu que esses dados “devem servir de incentivo para todos quantos contribuíram para estes resultados e, especialmente, para que o novo Governo mantenha a Estratégia Regional que foi criada na passada legislatura”.
A deputada do PS/Açores referiu os dados provisórios relativos ao Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2021, divulgados recentemente pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), que confirmam que em 2020, “no que respeita ao risco de pobreza, os Açores foram a região do País que, pelo segundo ano consecutivo, mais baixou esse indicador (- 6,6 p.p.), deixando de ser a região com a taxa mais alta (21,9%), agora com uma taxa inferior à da Madeira (24,2%).
“No que respeita à desigualdade os Açores foram a única Região do País que baixou esse indicador (-1,5 p.p.)”, acrescentou, referindo também que ao nível da Intensidade Laboral, (que diz respeito a pessoas com menos de 60 anos que viviam em agregados familiares em que a população adulta trabalhou em média menos 20% do tempo de trabalho possível), “também se registou uma redução superior a 2 p.p., a maior redução registada a nível nacional”.
Para Andreia Cardoso é, por isso, “fundamental não desistir” e “valorizar” todo o trabalho de “entidades públicas em estreita parceria com instituições de solidariedade social e não só”, um trabalho “de muitos homens e mulheres que nos Açores e longe dos holofotes lutaram e continuam a lutar diariamente pela inclusão social e para quebrar ciclos de pobreza persistente”.
A deputada alertou ainda para a importâncias dos apoios europeus que a Região vai receber: “O Programa de Recuperação e Resiliência representa uma oportunidade para dar continuidade a este trabalho com a disponibilização e alocação de recursos financeiros muito significativos em áreas estratégicas como o combate à pobreza, a educação digital, a qualificação de adultos, mas também a habitação, são mais de 160 milhões de euros”.
“Haja também coragem e paixão para continuar este combate que a todos convoca”, exortou.