A líder do PSD regional, numa desenfreada ânsia de protagonismo fácil, tem vindo a brindar os açorianos com mensagens da maior inverdade e da mais pura demagogia.
Na romaria há muito iniciada de contactar tudo quanto mexe, ora como “Olívia Patroa” ora como “Olívia Costureira”, disparando tiros de pólvora seca em todas as direcções, Berta Cabral deu início a um novo ciclo de contactos com os parceiros sociais. A pretexto de auscultar os representantes da sociedade civil, com vista à preparação da discussão do Orçamento da Região para 2011, aproveita a oportunidade para atacar, tanto quanto possível, o Governo dos Açores, recorrendo sistematicamente a imprecisões e meias verdades.
Berta Cabral afirma que as grandes obras da Região estão entregues a um único empreiteiro por 30 anos. A senhora sabe que tal não corresponde à verdade. Voluntariamente esquece outras grandes obras, como seja a construção do novo hospital da Angra, a construção de escolas, o alargamento do aeródromo de S. Jorge e tantas outras que estão em curso de Santa Maria ao Corvo. Bastaria um mínimo de atenção para verificar que nelas estão envolvidos inúmeras empresas e empreiteiros regionais. A senhora certamente queria referir-se ao processo da construção de estradas em S. Miguel, conhecido pela designação de SCUT.
A líder do PSD deve saber que a materialização do projecto das SCUT – que tanta inveja política tem causado ao partido laranja – só era possível através da realização de um concurso público internacional. Para o efeito, empresas regionais, nacionais e internacionais reuniram-se em consórcios e concorreram. Após uma exaustiva análise das mais diversas propostas, a obra foi adjudicada a quem reuniu as melhores condições para execução do maior empreendimento rodoviário jamais levado a efeito nos Açores.
Em abono da verdade, é bom não esquecer que através de subempreitadas, dezenas de empresas açorianas estão envolvidas nas obras, nas mais diversas frentes e que centenas de trabalhadores locais têm vindo a manter um posto de trabalho assegurado, graças aquele enorme investimento levado a cabo pelo governo de Carlos César.
A líder laranja, na ânsia de tentar agradar aos empreiteiros regionais, vai ao ponto de sugerir às entidades públicas que os cadernos de encargos sejam construídos ao estilo fato por medida, ensinando alguns truques, para atingir tais fins. Segundo Berta Cabral, os promotores dos concursos públicos devem construir os regulamentos com base em expedientes que ela própria sugere e cito: “… há um conjunto de pequenos travões … que protegem quem adjudica e o mercado regional da construção civil”.
Pergunto eu: - Protegem de quê e de quem? Da livre concorrência? Do Tribunal de Contas? Das investigações “bloguistas”? A senhora líder ou não sabe o que diz ou diz o que não sabe!
Somos defensores das empresas regionais e achamos que, dentro da legalidade e da mais salutar concorrência se deve ter um olhar especial para com aquilo que é nosso e provém do esforço e da iniciativa local.
Perguntamos à líder do PSD que conselhos daria à senhora Presidente da Câmara de Ponta Delgada quando ela encomenda projectos a gabinetes de arquitectura no Brasil, que a obrigam a fastidiosas viagens à América do Sul, quando existem excelentes arquitectos nos Açores e no concelho a que ela preside. Será que a líder do PSD já mandou a senhora Presidente da Câmara verificar, por exemplo, se os Serviços Municipalizados ou as Empresas Municipais dão preferência na aquisição de passagens aéreas às agências de viagem locais ou se usam preferencialmente os serviços de empresas com sede no continente ou no estrangeiro?
Nesses casos, nem precisaria de mandar os alfaiates municipais executar fatos à medida. Bastava fazer o que diz, em vez de fazer o que faz!