A cada vez mais candidata do PSD-Açores à presidência do Governo Regional e cada vez menos presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada (CMPD) desenvolve um sôfrego roteiro de visitas pontuadas ou por declarações banais, ou por incoerências gritantes.
Deixando de lado as trivialidades, vejamos três exemplos lapidares.
A candidata do PS visitou um mercado municipal e acusou o Governo de concorrer com privados por ocupar um espaço de vendas nesse local.
Haverá alguma entidade pública que promova mais concorrência com o sector da restauração do que a CMPD com as noites de Verão no Campo de São Francisco, onde são ignoradas normas exigidas aos estabelecimentos permanentes?
A Candidata do PSD defendeu, da parte do Governo, mais apoios sociais para fazer face à crise.
A análise a um relatório da Direcção Geral da Administração Local, referente a despesas sociais, dos 308 municípios do País revela que Ponta Delgada gasta menos de 3% nessa área.
A CMPD fica abaixo da posição 231 do ranking nacional. Mesmo a nível dos 19 municípios dos Açores, Ponta Delgada fica fora do top 10, que é liderado pela Praia da Vitória com 14,3% de despesa social.
A candidata do PSD defende, ignorando restrições legais, que o Governo privilegie adjudicações a empresas regionais.
A presidente da CMPD faz adjudicações directas a empresas do exterior em áreas onde existe capacidade instalada na Região.
Entre dezenas de casos, a CMPD adjudicou uma campanha de marketing do REVIVA a uma empresa do Porto e a compra de mobiliário para parques infantis a uma empresa de Matosinhos.
A conclusão é óbvia. Não estamos perante o mero ditado do faz o que digo e não o que faço. Confrontamo-nos com a presidente do PSD a defender o que a presidente da Câmara nunca fez. Berta Cabral não é apenas a candidata do PSD, é sobretudo a candidata da incoerência e de uma forma antiga de fazer política