E veio-me à memória um Fagundes arrumado nas minhas recordações, como a incógnita criatura que escreveu cartas anónimas para Bruxelas. Cartas que pretendiam ser denúncias, sem rosto, sem traço, sem cheiro, sem nada…
Nunca se soube (ao certo) quem era o “Queixinhas” Fagundes. Sabendo-se só o apelido e, por isso mesmo, percebendo-se o carácter e desse modo antevendo-se a pena que escreveu as missivas.
Não se pode dizer que Fagundes tenha sido uma espécie de “Prometeu Agrilhoado” ou de “Eneias” ou “Sancho Pança” (heróis de papel e tinta, criados para alimentar o nosso imaginário fantástico); mas pode com toda a certeza afirmar-se que o Fagundes foi, naquele tempo, a figura mais explícita da cobardia política…da falta de humildade e da crueldade utilitária.
Pode ainda afirmar-se a avaliar pela prestação do Grupo Parlamentar do PSD/Açores – na última sessão plenária do Parlamento Regional – que há políticos que são como Fagundes e que há Fagundes que são como políticos.
Ora não pode a verdade digna de confiança desaparecer da vida pública dos políticos. Assim que ela desaparece – veja-se o que está acontecer em Portugal – desaparece o principal factor de estabilidade entre os políticos e a comunidade que devem servir.
De que nos servem políticos Fagundes que passam a vida a desferir golpes seguidos contra a verdade dos factos? Para que nos servem políticos Fagundes que usam e abusam da insinuação como arma de arremesso político?
De nada. E até mesmo quando esses políticos – os Fagundes da nossa praça – se recusam a acreditar na verdade de qualquer coisa, por mais estabelecida que ela esteja, não passam de meros cidadãos – que são políticos – incapazes de exercer o seu dever de cidadania, apesar de lhes terem sido dadas todas as competências para isso.
As pessoas estão cansadas das insinuações atiradas para o ar pela boca de gente pequena, por políticos Fagundes. Das suas suspeitas demagógicas, das suas propostas inalcançáveis, dos seus propósitos escondidos e cobardes.
E a um ano de eleições regionais é tempo de lutar (cada vez mais) diariamente, sem perder um minuto, para que todos tenham um tecto para se abrigar, água potável, comida, energia, educação, saúde; dinheiro para pagar os seus compromissos (a casa, o carro, etc), os estudos dos filhos; criar postos de trabalho, manter outros tantos, apoiar o comércio tradicional, todas as empresas. Enfim tudo aquilo de que é feita a vida de todos os cidadãos, que elegeram políticos para isso. Nunca para menos do que isso.
Esqueçam os Fagundes da política açoriana os jogos de manipulação, deixem de tentar desenraizar o povo açoriano das suas mais firmes convicções e lutem, lutem com todos a bem dos Açores.
Abaixo o barulho dos homens maus. Abaixo o silêncio dos homens bons. É tempo de deixar as insinuações e passar ao dia seguinte. Amanhã. Ao futuro.