Muito bem prega Frei Tomás que nunca sabe o que diz… e muito menos o que faz!
Esta frase tem vindo com enorme frequência à minha memória ao ouvir as marteladas e repetidas declarações de Berta Cabral, ora como presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, ora como ainda líder do PSD regional.
Como ainda líder do laranjal açórico, diz-se defensora das empresas regionais e advoga que se dêem “jeitos” de modo a favorecer nas adjudicações os empresários locais, esquecendo que os concursos públicos têm regras de transparência e equidade que se não podem colocar na gaveta e, muito menos, que sirvam para favorecer quem quer que seja.
Como presidente da maior autarquia dos Açores – cargo que agora exerce a menos do que um quarto de tempo – ao longo de uma década tem entregado a empresas do exterior, nomeadamente da Madeira, do companheiro partidário Alberto João Jardim, os espectáculos pirotécnicos de fim-de-ano e as iluminações e o som de Natal que até ao passado ano cobriam uma parte da cidade. Perguntamos nós - mesmo sabendo que o habitual silêncio será a resposta – por que motivo esses serviços não foram adjudicados a empresas açorianas ou com serviços há muito instalados nos Açores? Entre as inúmeras empresas do concelho, da ilha ou da região, não existia, uma única que fosse capaz de assegurar a luz e o som que cobriam a urbe pontadelgadense em época de vacas gordas? Será que esses larguíssimos milhares de euros, transferidos para as terras de Jardim, não poderiam ficar nos Açores e, desse modo, contribuírem para o enriquecimento das nossas empresas e trabalhadores?
Muito bem prega Frei Tomás que nunca faz o que diz e jamais diz o que faz!
Outro tema trazido a público pela ainda líder do PSD é a pseudo - concorrência do governo face a empresas privadas, pretendendo mostrar defender que o estado não deve intervir aonde há a iniciativa privada. Perguntamos nós – mesmo sabendo que o habitual silêncio será a resposta – se fará sentido que a edilidade tenha criado e aliemntado uma empresa promotora de espectáculos e eventos sociais, quando no mercado existem empresários que actuam nessas áreas e que poderiam prestar esses serviços, quiçá com maior qualidade e custos muito menores, criando riqueza e emprego? Se assim fosse, apenas correriam o risco de diminuir o número de vagas destinadas aos “boys e às girls” da Rua de Santa Luzia!
Certamente que não faz sentido! De novo e como habitual… que bem prega Frei Tomás!
E o que dizer da concorrência promovida de forma directa pela Câmara de Berta Cabral à restauração de Ponta Delgada ao permitir e incentivar as barraquinhas de comes e bebes no Campo de S. Francisco durante todo o Verão?
Enquanto decorrem os folguedos camarários, os empresários que têm a porta aberta todo o ano com elevados encargos fixos de rendas, pessoal, agua, luz, impostos e mais impostos vêm os clientes a passar à porta rumo às tascas dadas a explorar pela edilidade a comerciantes, por vezes de ocasião!
Por que razão se transforma um lugar que deveria ser consagrado ao culto religioso numa feira promotora do consumo de finos e caipirinhas?
Já que assim é, por que se não se dá exploração daqueles barracos de venda de petiscos e promoção do consumo de álcool, em exclusivo, aos comerciantes do ramo que exercem a sua actividade na zona, na cidade ou concelho? Ao menos, seriam minimizados os prejuízos daqueles que dia-a-dia vive do exercício da actividade da restauração! Prega de novo Frei Tomás… não sabe o que diz… mas sabe bem porque o que faz!
A presidente do PSD/Açores, apesar do repetidamente levado à prática pela presidente da Câmara, não se coíbe de pretender dar lições de moral ao Governo. Haja paciência! Coerência, pelos vistos, é coisa que não abunda para os lados de Santa Luzia!
Prega Frei Tomás!