O esclarecimento eleitoral para as próximas eleições regionais entrou numa nova fase: a do desespero do PSD.
Esta faceta protagonizada pela veterania de Berta Cabral já teve um desenvolvimento. Em tempos de penitência quaresmal criou-se uma interrogação eminentemente materialista. Instalou-se uma nova “one million dolar question” na política regional: a sondagem do PSD será assim tão má? Tudo indica que sim. Vejamos apenas dois exemplos.
Terça-feira foi notícia a nova solução para a instalação do centro de radioterapia nos Açores, a localizar em Ponta Delgada. De cerca de trinta milhões de euros a nova proposta do governo, em parceria com um privado, passou para sete milhões. Instada a comentar o assunto, Berta Cabral disse que a diferença tinha de ser explicada de forma transparente – o que é compreensível – mas não resistiu a acrescentar que “por esse preço podemos fazer um em São Miguel e outro na Terceira”. Esta intenção não é só uma cedência ao populismo. É um completo disparate que revela uma ignorância atroz. A radioterapia é um serviço de grande especialização. Pela inter disciplinariedade médica que envolve deve ser centralizada. Ou seja, nos Açores deve haver um serviço deste género e localizado no polo demográfico da Região. É tão simples quanto isso.
No dia seguinte os jornais davam conta de outra promessa de Berta Cabral. Numa visita a um lar de idosos a candidata do PSD comprometeu-se a aumentar em 10 euros o complemento regional de pensão para idosos e a fazer o que não fez como presidente de Câmara: criar equipamentos de proximidade.
Em tempos difíceis os políticos revelam-se. Ninguém tem razões objetivas para triunfalismos eleitorais mas é inegável que a presidente do PSD entrou num registo surpreendente. A sua confiança é de papel. O seu otimismo soa a falso. Os seus compromissos não são credíveis.
Passos Coelho fez parecido e acabou por desmentir no governo tudo o que tinha prometido em eleições. É bom ter memória.