O presidente da Junta de Freguesia de São Roque, no concelho de Ponta Delgada, é um dos autarcas mais experientes e mais dinâmicos do PSD-Açores.
Professor aposentado, Gilberto Rodrigues divide o seu intenso expediente diário entre a Junta e o controle desse colosso que dá pelo nome de Centro Social e Paroquial de São Roque. Uma IPSS com mais de 80 funcionários, dedicados a várias valências sociais, que absorve centenas de milhares de euros, por ano, de financiamento do governo regional.
Porém, o presidente de São Roque recorre com regularidade a táticas de guerrilha institucional. Um hábito que se intensifica, por pura coincidência, em anos de eleições regionais.
Em 2000, a meses das eleições, Gilberto Rodrigues organizou um acampamento de protesto em frente à secretaria de José Contente. O objetivo era exigir do governo a realização da variante à freguesia, numa altura em que Contente planeava o lançamento da obra.
Mais recentemente, o professor Gilberto promoveu um “levantamento” a exigir radares para controlar a velocidade na freguesia. Após a instalação surgiu novo protesto. A velocidade limite era “excessivamente baixa”. Resultado, José Contente, que já deve ter ganho o seu lugar no Céu à direita de São Roque, alterou os parâmetros dos radares em nome da pacificação.
Atualmente há outro conflito entre Gilberto Rodrigues e o Governo. O presidente de São Roque considera-se “perseguido” e disponível para se demitir, a ano e meio de eleições em que não se poderá recandidatar, porque José Contente, depois de ter investido mais de um milhão na estrada em frente à praia das milícias, ainda não arranjou dois passeios na freguesia e não definiu a intervenção no sensível miradouro do Ilhéu.
Um presidente de junta deve ser reivindicativo mas convém revelar sensatez e ponderação nesse processo. Antes de criticar injustamente o governo Gilberto Rodrigues devia olhar bem para o seu manifesto eleitoral, não lhe vá aparecer um acampamento à porta da Junta.