A seis meses das eleições para a Assembleia Legislativa Regional as hostes partidárias agitam-se e procuram transmitir a mensagem do partido e enaltecer a imagem do líder e dos projetos que apoiam.
Nada mais natural!
Lamenta-se que a ânsia desmedida pelo poder faça com que alguns agentes políticos percam a compostura e tentem a todo o custo inventar casos e denegrir a imagem dos adversários.
As redes sociais dão bem conta desse tipo de atuação. Consultando alguns grupos, ditos não partidários e de livre pensamento, administrados por alegados cidadãos independentes, é fácil verificar a existência de “membros permanentes” cuja atuação se cinge à busca de “casos” e de pontos que possam considerar fracos noutra candidatura, proferindo ataques ferozes, maioritariamente demagógicos que apenas demonstram as suas próprias fragilidades.
Desse modo, alguns fóruns que poderiam constituir espaços de debate de ideias, transformam-se em autênticos ringues de desregradas lutas aonde impera a meia verdade, a suspeição e, por vezes, a calúnia e a mentira.
As redes sociais podem e devem formar importantes fóruns de debate de ideias e, inclusivamente constituir uma fonte de informação e formação dos agentes políticos que poderão ter acesso, na primeira pessoa, ao real sentir da população.
Assiste-se por vezes a uma autêntica caça às bruxas e à permanente tentativa de transformar atos perfeitamente legais e normais em “casos de polícia” que nos fazem recuar aos tenebrosos tempos da “Santa Inquisição”. Esse tipo de procedimento, por vezes, vem na sequência das atuações de políticos eleitos, com elevadas responsabilidades partidárias e com longos anos de experiência na vida pública.
Ainda esta semana assistimos ao requerido pelo deputado Duarte Freitas, líder do grupo parlamentar do PSD, em relação à viagem que o Presidente do Governo dos Açores, a convite do Governo do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, realizou ao Brasil no âmbito das comemorações no 260.º aniversário do povoamento açoriano daquele estado.
Aquela visita para além de ser uma obrigação do executivo, constituiu uma enorme honra para a Região Autónoma dos Açores e, por mais que queiram, não poderá ser comparada com outras levadas a cabo em 1996 pelo então Presidente do Governo, Madruga da Costa "estava numa situação de transição por um mandato de cerca de uma dúzia de meses e que não fazia sentido andar a apresentar cumprimentos pelo mundo fora".
Como todos pudemos constatar através da comunicação social, nomeadamente da RTP, a visita de Carlos César foi coroada de enorme êxito e fez-nos sentir, como açorianos, orgulhosos do papel que ao longo dos séculos desempenhámos em Terras de Vera Cruz, do reconhecimento daquele país para com a nossa comunidade e do enorme prestígio que Carlos César detém, por mérito próprio, junto das nossas comunidades e dos países de acolhimento. As honrosas homenagens de que foi alvo, a vários níveis, deverão constituir uma fonte de orgulho para todos os açorianos, pois ao serem atribuídas honras ao Presidente dos Açores, todos nós, estamos a comungar desse tributo.
O PSD, tão preocupado agora com os custos das viagens oficiais do Governo, deveria questionar outras viagens cuja utilidade se poderá por em causa. Como disse Carlos César, em resposta à questão levantada por Duarte Freitas, através de um jornalista, e cito: - Se isso é tão importante, então porque é que ele não estranha que a sua líder, como presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, nestes últimos 12 meses, tenha ido uma vez ao Brasil, duas vezes aos Estados Unidos, uma vez ao Canadá e até tenha ido às Astúrias, à inauguração de um museu que já fechou, além de uma célebre viagem anterior à Coreia do Sul, da qual ainda estou à espera para descobrir quais as vantagens que daí advieram para os Açores".
Também nós, por maior esforço que façamos, não conseguimos encontrar qualquer vantagem adveniente das viagens da autarca a tempo parcial de Ponta Delgada quer para o concelho, quer para a ilha e, muito menos, para os Açores.