Roteiro Social – Nos últimos dois meses o Grupo Parlamentar do PS visitou várias dezenas de Instituições Particulares de Solidariedade Social em todas as Ilhas, onde abordamos o novo modelo de financiamento destas instituições. Este novo modelo altera o paradigma de financiamento do sector, mas estamos certos que é mais justo e que as nossas instituições estarão à altura da sua implementação, continuando a ser um importante parceiro do Governo dos Açores no desenvolvimento das políticas de solidariedade social na Região.
Este novo modelo não implica qualquer redução no montante que o Governo dos Açores disponibiliza para as instituições com quem celebra os acordos de cooperação e representa mesmo um aumento de cerca de 1,6 ME no valor global das verbas protocoladas com estas instituições, de 52 milhões de euros em 2013, para 53.6 milhões de euros em 2014.
75% das instituições não têm qualquer redução no seu duodécimo atual e 25% irão ter ajustamentos nunca superiores a 10%. A esmagadora maioria das instituições que vêm o seu valor ajustado, apresentam ajustamentos abaixo dos 5%.
Realçamos, ainda, o trabalho dos técnicos das IPSS e das direções destas instituições, que desenvolvem um trabalho muito importante nas politicas sociais, em muitos casos com grandes prejuízos pessoais e sem pedir nada em troca.
Bairrismos - No Faial dizem-nos que valorizam de mais as infraestruturas portuárias da Terceira e que isso não pode acontecer porque minimiza o Faial. No Pico reivindicam tratamento igual ao Faial, seja la o que isso for. Na Terceira dizem-nos que a Ilha esta a ser “esvaziada” e que vai tudo para São Miguel. Em São Miguel dizem-nos que os apoios para as empresas estão centrados na Terceira, que a sede da Proteção Civil e o Laboratório Regional de Veterinária não deviam estar na Terceira mas sim na Ilha mais populosa.
Em São Miguel reactivam o Conselho de Ilha para defender os interesses da Ilha contra o “poder reivindicativo dos deputados das outras ilhas”. Na Graciosa alertam para a necessidade de cuidados especiais para as “ilhas mais pequenas” na distribuição das verbas do POSEI “para que não se beneficiem as ilhas maiores”. Em São Miguel defendem que se beneficie quem produz mais. Em São Miguel criticam o “peso” excessivo da Terceira e na Terceira criticam o poder reivindicativo de São Miguel.
Enfim… As reivindicações de mais investimento e mais atenção para as respectivas Ilhas são legítimas e respeitáveis e temos a obrigação de as ouvir e perceber a sua exequibilidade e pertinência.
Mas isso não nos pode retirar a clarividência nas análises do presente e, sobretudo, do futuro. As “forcas vivas” de cada ilha, o poder politico, as camaras do comercio, os parceiros sociais e económicos, tem um papel importante no desenvolvimento dessas ilhas e, consequentemente, no desenvolvimento regional. Mas é muito ténue a fronteira entre a reivindicação responsável e exequível e a promoção de bairrismos e divisionismos que nada têm de positivo.
A lógica divisionista poderá alimentar alguns egos, algumas páginas de jornais ou tentar disfarçar algumas incapacidades. Mas será sempre uma logíca inconsequente.
Hoje, mais do que nunca, a nossa lógica de desenvolvimento terá de ser complementar e é nessa base que temos de trabalhar.
Somos muito poucos. Unidos podemos ambicionar ser grandes. Divididos seremos mais pequenos.