Esperávamos que da visita do Sr. Primeiro-Ministro resultassem soluções claras sobre vários assuntos pendentes entre a nossa Região e o Estado Português.
Infelizmente, não foi isso que aconteceu.
Apesar das juras de amor à partida, Pedro Passos Coelho esteve muito aquém do que se esperava.
Afinal, a montanha pariu um rato.
Sobre as Obrigações de Serviço Público de transporte aéreo limitou-se a confirmar o que já estava definido, comprometendo-se a pagar o que já paga atualmente, depois de uma demora enorme e sem justificação.
Sobre a redução do diferencial fiscal, começou por mostrar-se disponível para alterar esse diferencial de 20 para 30%, mas poucas horas depois já desmentia o que tinha dito, passando essa responsabilidade para a Região. E aqui, desmentiu-se a si próprio e desmentiu, categoricamente, o presidente do PSD Açores.
Sobre a Base das Lajes, mostrou enorme insensibilidade sobre o problema e sobre um plano de mitigação dos impactos negativos da redução de contingente norte-americano naquela Base.
Sobre a reposição das transferências para a Região, reduzidas no Orçamento de Estado do ano passado, disse que nem pensar nisso.
Sobre o serviço público de rádio e televisão nos Açores, remeteu todas as questões para o Conselho Geral Independente.
Sobre o acesso dos açorianos ao serviço nacional de saúde, por não existir tratamento na Região, Passos Coelho reconfirmou que os açorianos continuarão a ser tratados como se de estrangeiros se tratassem, obrigando a Região a pagar a despesa.
Sobre a Universidade, diz que conhece o problema, mas nada adiantou.
Sobre o reforço de meios dos serviços do Estado na Região como as forças de segurança, os meios aéreos de evacuação, até acha que a OCDE tem razão e, portanto, ainda devemos ter menos.
Sobre a falta de solidariedade nos meios para pagar os prejuízos das intempéries do ano passado, reiterou que nada farão sobre isso.
Ou seja, sobre os principais assuntos pendentes entre o Estado e a Região ou tivemos respostas negativas ou tivemos silêncio, indiferença e insensibilidade.
Em boa verdade, esta visita não foi mais do que uma obrigação para quem nunca tinha cá vindo enquanto Primeiro-Ministro e, passados três anos de ser eleito, quis corrigir essa falha.
Foi também um sinal claro para o PSD Açores. Passos Coelho não está disponível para combinações e para ajudas ao PSD regional. Depois da estratégia deste partido de pedir publicamente as alterações ao diferencial fiscal, o Primeiro-Ministro, em poucas horas, embrulhou-se em confusões e em desmentidos sobre a baixa de impostos que arrasaram a estratégia dos sociais-democratas açorianos.
Esperava-se mais.
Não chega fazer juras de amor e andar com a bandeira dos Açores na lapela.
Na política como na vida, não bastam declarações de amor. Precisam-se de provas de amor…