Nos Açores, o debate político em torno dos números do desemprego reveste-se de um curioso padrão mimético que se assemelha à previsibilidade da rotação do Sol sobre o seu eixo.
Se a taxa sobe, os partidos da oposição consideram provado que as políticas do Governo Regional falharam. Se os indicadores descem, alegam que os programas ocupacionais, os estágios, as iniciativas de inserção no mercado de trabalho e os cursos de formação profissional escondem a verdadeira dimensão do problema.
No primeiro caso a análise peca por manifesta superficialidade. No segundo a justificação revela o mais débil dos argumentos, pois reconhece as inúmeras iniciativas do Governo para combater o desemprego.
Os efeitos da grande crise de 2008 provocaram uma escalada dos números de desemprego em todo o Mundo. Portugal, fruto da obstinação de Passos Coelho em querer superar a Troika, sofreu um disparo brutal do número de desempregados.
Perante esta conjuntura depressiva, os Açores não tinham condições de defender-se de uma tempestade súbita e violenta. Porém, mesmo perante as má políticas nacionais foi possível ao Governo dos Açores implementar boas medidas regionais e executar um dos seus compromissos centrais: lutar contra o desemprego na Região.
Ontem foram tornados públicos dados muito relevantes que provam isso mesmo.
Os Açores continuam a registar um decréscimo da taxa de desemprego no último trimestre, enquanto se verificou um aumento no País. A Região foi a única onde os desempregados inscritos nos centros de emprego voltaram a diminuir. Regista-se, pelo décimo mês consecutivo, uma diminuição dos desempregados inscritos nos Açores - menos 10% do que há um ano. Atualmente verifica-se o menor número de Açorianos desempregados dos últimos 26 meses.
Há muitas explicações para este sucesso. Mas o mais importante é salientar que os Açores estão a consolidar uma tendência de descida da taxa de desemprego. É mais uma batalha ganha numa longa e árdua guerra contra o desemprego na Região.