É a nossa realidade insular e arquipelágica, mais os respetivos condicionamentos, que nos “fizeram”. História e geografia, como sentenciou Nemésio. Como acabou por reconhecer a Constituição. Sem isso, tínhamos a descentralização do continente, ou seja: nenhuma…
Daí que, a respeito de algumas instituições, o discurso insidioso, ou mesmo explícito, de que “até cá é com Lisboa; a multipolaridade é com o Governo dos Açores” – seja um discurso anti-autonomista, ilógico e ignorante… ainda que “esperto”.
Vem isto a respeito da Universidade dos Açores que, integrada no sistema público universitário nacional, é responsabilidade do Estado. Que a deve suportar financeiramente, tal como ela existe desde sempre, e por definição de lei de Lisboa.
E o estabelecimento de sinergias e cooperação entre a autonomia e a sua universidade, se é uma prática assente e louvável, não deve nunca fazer obnubilar a lógica das coisas e os nossos direitos.
Aos rapazes da JSD que reuniram com a respetiva associação académica, devia-lhes ser ensinada a “basezinha”. Para que resistam à tentação de trocar os valores autonómicos pelo prazer precoce de atirar uma pedrinha ao governo de cá, porque não é da cor…