Quando há alguns anos antigos líderes europeus avisavam que a velha Europa iria entrar no caos por falta de liderança política, as reações foram desde a preocupação de alguns até ao encolher de ombros de muitos ou ao soslaio de ignorantes e neoliberais. Nem passou uma década para que a esses antigos POLÍTICOS tivessem razão. Hoje, a liquidez financeira significa liquidação de todos ideais europeus. Em nome da grande finança de rosto invisível assiste-se a uma degradação das sociedades numa lógica financeira sem ideologia, apoiada em marionetes políticas comandadas por tecnocratas que não valem votos nem foram eleitos. O bode expiatório são os gregos ou melhor o partido malquisto que os representa cuja aniquilação é mais importante do que o sofrimento de muitas pessoas. Se a funda de David for certeira então os Golias europeus terão que repensar o espaço e cada um dos seus territórios. Agências de rating americanas a ditar “o lixo europeu”, empréstimos do Banco Central Europeu nunca aos governos dos países mas a outros bancos e credores que especulam, empréstimos com ingerência nas políticas de cada governo e insensibilidade europeia ao desemprego e à pobreza são alguns motivos para se alterarem muitas das posturas malsãs atuais. A europa do sul terá que unir-se para politicamente não ser considerada áfrica do norte por alguns países do gelo setentrional. Por mais que se esforcem os economistas de regra e esquadro, os caminhos presentes, nas recentes palavras de George Friedman, podem levar à fragmentação europeia pelos ameaçadores choques geopolíticos e focos de tensão. Independentemente do resultado do referendo grego, depois deste domingo nada será como dantes.
Neste calvário dos últimos quatro anos, com austeridade aumentada, Portugal ficou com 2 milhões de pobres em 10 milhões de população e pobres com menos 24% de rendimento, fora os milhares de jovens qualificados emigrados. O governo da república só aumentou a dívida do país e propala virtudes da aurora do dia seguinte, esquecendo que quem assim “bate no peito é velhaco perfeito”. Após as múltiplas mentiras de Passos Coelho na última campanha eleitoral, confiamos que em outubro o voto desmascare o mito do castigo e da redenção.
PS: Mais – continuam a melhorar os indicadores da economia regional; Menos- o eterno “cramar” do PSD/Açores.